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Resumo: Este artigo pretende discutir a questão da oralidade nos poemas homéricos e suas implicações para o estudo da história, com ênfase especial para a questão da tradição. Uma breve revisão bibliográfica acerca dos problemas da composição oral será apresentada, seguida de considerações acerca da validade do uso de tais fontes para o estudo da história. As questões apresentadas são as seguintes: é possível que a sociedade descrita nos poemas seja o reflexo de alguma sociedade histórica que possa ser estudada pela análise das epopéias em questão? Se os poemas são válidos como fontes históricas, são válidos para qual período? O período micênico, que tenta retratar? Aquele de sua produção ou o de sua fixação como textos escritos? A solução proposta é considerar os textos como veículos de uma tradição que tem uma validade histórica por transmitir valores ideais.
letras.ufmg.br
This article takes up the controversy concerning poets and thinkers against Homer and aims at showing that, in fact, both respect and disapproval towards Homer seem to be recurrent among them. Excerpts of Pindar, Hecateus, Herodotus, Thucydides, Xenophanes and Isocrates are analyzed, to show that this ambiguity regarding the poet existed permanently, long before even Plato's criticisms.
Mosaico
O estudo tem por objetivo apresentar e analisar a construção da identidade popular por meio da narrativa oral de contos no Cariri cearense. Os mitos e contações são fatores antigos e sempre presentes na vida dos seres humanos. Para tal pesquisa, utilizou-se o método qualitativo. Inicialmente, foi feito um debate teórico, e foram colhidas, posteriormente, as narrativas orais de quatro moradores do Cariri. A intenção foi observar, sob o olhar das narrativas e da literatura, como as contações são vistas. No final deste trabalho, considera-se que os contos fazem parte da cultura local e colaboram efetivamente para a construção da identidade da região, bem como influenciam diretamente na vida das pessoas.
2019
O Pan-helenismo 2 ocupa uma posição central para a maioria dos pesquisadores que se dedicam a pensar a etnicidade grega. Há que se reconhecer as razões para essa ênfase. No século V a.C., à leste, a Hélade resistia ao poderoso projeto expansionista do Império Persa; à oeste, travava batalhas contra os etruscos, cartagineses e outros povos da Península Itálica. Admite-se frequentemente que esses eventos, ainda que não tenham necessariamente inventado, ajudaram a consolidar o ideário pan-helênico e deram uma robustez inédita à noção de "ser grego" por oposição ao "ser bárbaro". Escusado lembrar que ao longo da história o termo bárbaro irrompeu as fronteiras da Hélade para consolidar sua presença na maior parte das sociedades, antigas e modernas, em especial no Ocidente. Ele está sempre por aí, mas vez por outra reaparece com mais vigor em estudos acadêmicos, nas páginas da imprensa e mesmo nas conversas cotidianas, atuando como o epítome do grotesco, da diferença, da irracionalidade, enfim, do oposto ao ser civilizado 3 .
Propomos analisar que os heróis homéricos, embora não tenham existido de fato, podem ter símiles encontrados na sociedade para a qual Homero cantou suas epopeias. Isso acontece porque as obras homéricas refletiam essa sociedade, como bem observou o historiador Emilio Gabba, ao afirmar que é mais profícuo se estudar as estruturas social, econômica, cultural e política dos poemas desse aedo do que tentar provar a existência factual de eventos descritos por eles.
Romanitas, 2013
Desde as pesquisas arqueológicas realizadas por Heinrich Schliemann no final do século XIX um novo passado se desenhou para os épicos homéricos. Anteriormente considerados portadores de um conteúdo mitológico, após as descobertas arqueológicas que culminaram na definição de uma Idade do Bronze, eles passaram a ser vistos como uma fonte para tal período. Entretanto, essas mesmas pesquisas arqueológicas e ainda outras também revelaram as inconsistências dos épicos homéricos em relação a tal período e certa proximidade com a Idade do Ferro. O presente artigo tem como objetivo discorrer acerca dessas descobertas, percorrendo com o leitor os caminhos que conduziram os épicos de puro fruto da imaginação poética e mitológica para seu caráter de fonte histórica e, principalmente, questionar-se sobre a que sociedade e a que cultura remetem esses poemas.
Existem inúmeras expressões para referir-se ao ingrato ofício de tradutor. Todo mundo o sabe: trabalho penoso, árduo, exercício de paciência, raros momentos de prazer, sobretudo no fim, e os dicionários, que jamais nos conformam. Como já disse alguém com muita experiência nesta sorte de parto e aborto vernacular: trata-se de uma tarefa a priori impossível. O porquê é compreensível. Se se traduz a letra, perde-se o espírito; se se traduz o espírito só, perde-se o estilo, e com ele as nuances e os matizes que todo pensador de carne e osso tem. Daí a célebre traição de que tanto se fala (Traduttore, tradittore!).
A Ilíada de Homero é geralmente caracterizada como um poema que trata da Guerra de Tróia, que teria acontecido mais de 500 anos antes da composição de tal poema, e teria sido transmitido através da tradição oral, até o momento em que foi escrito pela primeira vez. Esperava-se, portanto, que os fatos narrados pelo poeta correspondessem aos achados arqueológicos encontrados para o Período Micênico, mas o que se encontra na Ilíada é uma mistura de elementos da sociedade micênica e da sociedade contemporânea a Homero, ou seja, o século VIII a.C. O estudo da relação entre documentos arqueológicos dos períodos Micênico, Proto-Geométrico e Geométrico, compreendidos entre 1550 e o final do século VIII a.C., e a Ilíada de Homero é composto por duas categorias de fontes distintas, a arqueológica e a escrita, esta como resultado de uma tradição oral que a precedeu. A presente dissertação tem como foco apresentar as informações que se podem depreender da Ilíada de Homero que, de alguma forma, contribuíram para a interpretação arqueológica e se, de tal confronto, surgiram controvérsias entre os dois tipos de fontes, levando a uma reflexão sobre a questão da continuidade e da ruptura de elementos culturais próprios da Civilização Micênica e que, de certa maneira, se refletem nos períodos posteriores em pauta.
Revista De Historia Regional, 2008
Diogo da Silva Roiz *. François Hartog, historiador francês hoje mundialmente conhecido, como especialista em historiografia antiga e moderna, inovou a interpretação de textos antigos, nas suas pesquisas e em seus seminários ministrados na Escola de Autos Estudos em Ciências Sociais (EHESS), em Paris (onde também foi professor e diretor de estudos), depois lançadas na forma de artigos e livros. Desde a década de 1980, com o lançamento de seu livro O espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação do outro, que sua contribuição para os estudos historiográficos tem sido marcante, como ressaltam autores como Roger Chartier, ou Jacques Revel. De modo que sua obra tem servido de base para muitos pesquisadores, da França e de outros países, e nos últimos anos também no Brasil, onde vários pesquisadores o têm utilizado em suas pesquisas, o que refletiu na rápida tradução de muitos de seus livros e artigos. Após ter sido traduzido, em 1999, o livro O espelho de Heródoto, a Editora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) nos ofereceu, em 2001, numa versão bilíngüe, com a cuidadosa tradução dos originais efetuadas por Jacyntho Lins Brandão (responsável pela tradução de sua obra na UFMG), a antologia de textos, organizadas pelo autor, que vão de Homero a Santo Agostinho, com o intuito de circunscreverem a forma como aqueles autores da Antiguidade Clássica e Tardia pensaram o conceito de História. O autor pretendeu com esta antologia de textos ficar entre Paul Veyne-que com seu hoje célebre ensaio Como se escreve a história, de 1971, indicou que, para os historiadores,
Resumo O tema deste artigo é a tradição poética da qual os poemas homéricos fazem parte. Em um primeiro momento, propus uma discussão teórica sobre o conceito de tradição. Enfatizei os aspectos da transmissão de determinados conteúdos pensados como relacionados ao passado de determinados grupos, bem como a valorização específica destes elementos por estes grupos. Em seguida, busquei apresentar um esquema de interação entre aspectos diferentes no interior de uma mesma tradição, ou entre tradições diferentes. Na parte principal do artigo, delimitei a tradição à qual os poemas homéricos pertencem e a posição que nela ocupam. A discussão aqui proposta abrange a apresentação de vários fenômenos que podem ser identificados com esta tradição, desde os poéticos, como a poesia hexamétrica grega, até os iconográficos, em especial na pintura de vasos a partir do século VIII 2. Por fim, o artigo se encerra com uma pequena discussão sobre como os poemas homéricos podem ser vistos como testemunhos desta tradição mais ampla.
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Romanitas – Revista de Estudos Grecolatinos, 2013
Palimpsesto - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ
Classica, 2014
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, 2020
Revista Ponta de Lança, 2021
Revista Memória em Rede
A Literatura Clássica ou os Clássicos na Literatura, vol. 5, 2021