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O presente texto está pautado por uma espécie de profanação do artigo acadêmico. A partir de uma explícita exposição da subjetividade e da confessionalidade, orquestra-se um ensaio-experimento (ensaioexperiência), marcado pela fusão entre escrita criativa e teoria literária. Ao recorrer ao texto dramático, busco registrar dialogicamente quinze horas de interlocução com João Gilberto Noll. Relendo meus diários de anotações encontrei muitas frases do autor. Escrever um texto dramático foi uma forma de experimentar outras formas de teorizar sobre a literatura brasileira contemporânea. Acredito que é chegado o tempo de contrabandos epistemológicos e diásporas disciplinares. Alinhada à afirmação deleuziana de que cada conceito é uma territoriedade, a presente dramaturgia busca uma condição de clandestinidade com relação às canônicas formulações ensaísticas. Quando JGN lia seus textos publicamente, sempre havia uma mistura de desconforto e inquietação. A presente peça-ensaio também busca uma forma de escrita disruptiva: uma teatralidade do conhecimento.
O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 2007
Discussão em torno do problema da escrita de João Gilberto Noll a partir do pressuposto de que esta é um registro do definhamento da experiência e da memória, elementos que dão suporte, segundo Walter Benjamin, à figura do Narrador. O artigo procura indagar sobre como se configura a problemática do narrador da obra de Noll do ponto de vista da “falta do ter o que narrar”, espécie de paradoxo emblemático da conjuntura em que a obra do escritor gaúcho se insere. Este trabalho é,<br />também, uma pergunta sobre que tipo de posicionamento a escrita de Noll oferece como resposta a essa conjuntura. O corpus é composto por quatro romances: Hotel atlântico, Harmada, A céu aberto e Berkeley em Bellagio.
Grumo, 2005
João Gilberto Noll reivindica para seus personagens a possibilidade de uma constante errância – a existência sem um telos, sem uma direção certa, tateando no escuro. Sua escrita (uma militância da linguagem, ele nos diz) trabalha contra a homogeinização da realidade, contra uma língua e um corpo hierarquizados e uniformes. O olhar esquizóide se define desde os primeiros contos de O cego e a dançarina (1980) e o primeiro romance, A fúria do corpo (1981), esse livro barrocamente lambuzado, nos traz o desnorteamento que será a marca dos personagens de Noll: seres vomitadas da sociedade, marginais, andarilhos. O estilo posteriormente se minimaliza, mas permanece a visão trágica sobre a contemporaneidade e seus seres desgarrados. Depois do primeiro, virão mais nove romances, e recentemente uma coletânea de contos breves, Mínimos, múltiplos e comuns (2003). Nascido em 1946 em Porto Alegre, Noll vive hoje na capital gaúcha depois de muitos anos morando no Rio de Janeiro. Seus textos transitam por várias cidades, da precariedade das nossas ao anonimato das estrangeiras.
Revista Crítica Cultural, 2008
Os textos de João Gilberto Noll podem ser lidos como ensaios de novos modos de narrar, vinculando-se a uma concepção de leitura e de leitor cuja característica principal é a incompletude. Ao apreender o leitor implícito nos contos de A máquina de ser, seu último livro, busca-se detectar, também, a teoria da literatura subjacente à obra de Noll, em diálogo com o imobilismo e/ou fluxo constante de suas personagens.
Encontro Nacional De Professores De Letras E Artes, 2012
A (des)memóriA contemporâneA em João Gilberto noll contemporAry (mis)memory in João Gilberto noll Sarita Erthal* Resumo O objeto desta pesquisa é o narrador-protagonista de João Gilberto Noll por ser um tipo em contínuo perambular pelo espaço/tempo, um andarilho que percorre as imagens que ele próprio cria. No entanto, as experiências dessas andanças não se agregam a ele, não interferem em sua maneira de agir perante o mundo e as situações pelas quais passa. É um narrador que transita por uma vivência movida pela desmemória. A nostalgia de Walter Benjamin com relação à narrativa clássica será ponto de partida para analisarmos a falência das experiências desse indivíduo. Palavras-chave Experiência. (Des)memória. Pós-modernidade.
Teresa - Revista de Literatura Brasileira, 2010
I João Gilberto Noll começou a publicar no início dos anos 80 e desde então vem reconfigurando os cenários desolados da pós-modernidade com uma escrita modelada pela errância. Desde seu primeiro livro, O cego e a dançarina, vemos surgir uma pergunta acerca do destino de uma geração órfã, suspensa na incerteza do futuro, como o protagonista do conto de abertura, que se depara com a necessidade de fazer "alguma coisa urgentemente" diante do pai moribundo. Sem pai, os personagens de Noll sairão em busca de algo indefinido, dando testemunho da insistência de um desejo que os mantém vivos. O desejo os move, os faz abandonar o lar e ganhar as ruas. A cada novo livro, a errância recomeça: o personagem, que é sempre um homem despojado de tudo, anda
João Gilberto Noll e a pomossexualidade (Atena Editora), 2023
As obras do escritor porto-alegrense João Gilberto Noll são repletas de personagens que não se “encaixam” em identidades moldadas e pressionadas pelos discursos opressores da contemporaneidade. A sua maestria em escrever bem na língua portuguesa lhe rendeu o Prêmio Jabuti em 1992. Desde então, ele continua sendo um escritor prolífico. Entretanto, um dos seus maiores romances, Solidão Continental (2012), lançado pela Editora Record, trata com mais afinco sobre personagens sem identidades fixas. O seu protagonista deve ser o epíteto do andarilho solitário. Ele não consegue se apegar a nada e nem a ninguém. Sua morada é onde os seus pés estão. Inclusive, seu nome é bem comum, João. Os leitores nollianos recebem poucas informações claras sobre as suas caracterizações. Neste romance, sabemos apenas que o personagem principal nos narra as suas aventuras de viagem de Chicago, nos Estados Unidos da América, até o Sul do Brasil, perpassando pela Cidade do México. No geral, a obra literária Solidão Continental (2012) nos apresenta um narrador autodiegético extremamente deambulante, instável e sem qualquer definição sexual. Por esses motivos, o objetivo desta pesquisa foi a de analisar mais profundamente as diversas caracterizações desse protagonista efêmero sob o viés da teoria pós-queer: pomossexualidade. Como resultado, identifico que o personagem principal não tem orientação sexual estabelecida. Além disso, vários personagens deuteragonistas apresentam uma transitoriedade erótica/sexual acentuada e de difícil entendimento. Na maioria dos casos, as caracterizações são dispersas (DELEUZE, & GUATTARI, 1995), fragmentárias (BLANCHOT, 1990) e transitórias (AUGÉ, 1994). De modo geral, essa pesquisa pode ajudar não apenas os estudiosos de João Gilberto Noll a entender um pouco melhor as suas narrações e narrativas, mas também a todos que se interessem pela efemeridade da vida.
A céu aberto tudo me abrigava melhor do que numa casa, ali não tinha natureza social a cumprir. João Gilberto Noll, 2008, p. 88. Quand je m´endors contre ton corps/Alors je n'ai plus de doute/ L´amour existe encore. Luc Plamondon; Richard Cocciante Resumo: Este trabalho discute a literatura de João Gilberto Noll a partir do livro A céu aberto para pensar como sua grafia literária rasura signos e o lugar dos sujeitos, devolvendo-os à um mundo inconsciente e à céu aberto, abrindo em suas andanças solitárias, espaços errantes da recriação poética de si. A literatura de Noll é aqui recuperada a partir das contribuições dos trabalhos acadêmicos de Brayner, Matias de Sousa e Camargo, que demonstram como obra literária e corpo são grafados por uma linguagem devoradora de continuidades e imposições signícas e evidenciam como não podemos esquecer a escrita desse autor, pois sua obra é uma das lembranças mais latentes de sua existência na literatura brasileira. Palavras-chave: A céu aberto; João Gilberto Noll; Literatura Brasileira. Abstract: The present work discusses the literary work of João Gilberto Noll through the book The open sky, in order to think how the author's literary writing blurs signs and the placement of subjects, returning them to an unconscious work under the open sky, opening their solitary wanderings and errant poetic spaces of the poetical recreation of oneself. Noll's literature is considered here form the contributions made by the academic works by Brayner, Matias de Sousa and Camargo, which demonstrate how both literary work and body are written by a language that devours sign continuities and impositions, and highlight the importance of not forgetting the writing of such author, since his work is one of the most latent memory of his existence in Brazilian literature.
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2012
A globalização, o aumento de eventos literários, a presença da internet possibilitando novos meios de divulgação da obra. Fatores como estes vêm mudando a rotina de escritores e, por isso, o século XXI vem sendo apontado como um melhor momento para quem pensa em viver da escrita na América Latina. A figura do autor ganhou destaque. A intenção deste artigo é pensar esse momento utilizando como lente a obra do escritor João Gilberto Noll, principalmente o romance Lorde (2004).
Matraga - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ
Os protagonistas dos romances e de boa parte dos contos de Kafka são indivíduos perdidos num mundo estranho, incompreensível, como se fossem estrangeiros buscando um modo de entender e ser entendido pelo outro. Busca vã e infinita, que os leva a perambular pelas cidades, a dois passos do que parece ser o destino (feliz) da jornada e que logo em seguida foge de alcance, num eterno adiamento. Este perfil já se vê no primeiro romance do autor, O desaparecido ou Amerika (2003), em que o jovem Karl Rossman, partindo da Alemanha para os Estados Unidos, inicia seu périplo de estrangeiro num país hostil, como uma espécie de não herói, figura que viria se sobrepor, na contemporaneidade, ao herói romântico e ao anti-herói modernista, como acontece na obra de João Gilberto Noll, em especial no romance O quieto animal da esquina (1991). O artigo parte da ideia do não herói como protagonista tanto da obra de Kafka quanto de Noll, buscando ver como a sensação de estranheza vai se construindo, nos...
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SANT'ANNA, Evandro (revista memento), 2019
fólio - Revista de Letras
Revista Juçara, 2019
2018
Olho d’água, 2020
Caracol: Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras Hispânicas da USP - Universidade de São Paulo, 2022
SANT'ANNA, Evandro (Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea), 2020
SANT'ANNA, Evandro (revista garrafa), 2018
MATRAGA. , v.25, p.121 - 136, 2018.
Scripta Uniandrade, 2022
SANT' ANNA, Evandro (Estação Literária), 2021
Arquivos Brasileiros De Psicologia, 2014
Itinerários Revista de Literatura