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Como área de estudos acadêmicos voltada para uma diversidade de objetos e pouco específica na definição de cultura em que propõe fundar-se, os estudos culturais têm encontrado a um só tempo repulsa e adesão no âmbito dos estudos literários brasileiros nas duas últimas décadas. Repulsa, pelo descrédito de críticos preocupados com as particularidades do literário e a delimitação do campo do comparativismo como exclusivo da teoria (quase ciência) literária. Adesão, tanto pela flexibilidade que o campo propõe em relação a outros que requeiram rigor na construção de uma exegese dependente do uso conceitual quanto pela necessidade de revisão de uma teoria em crise diante da diversidade "heterodoxa", sem ser isso um pleonasmo, do conjunto de valores culturais no fim de um século bastante conturbado, valores encarnados inclusive na figura de autores cujas obras estão marcadas por grande descentramento cultural.
PUCRS 1 A ascensão dos estudos culturais na pós-modernidade Até há pouco tempo, talvez até a década de 1960, " cultura " era um conceito monolítico, que abarcava apenas as mais altas realiza-ções do espírito, assim como " literatura " só se aplicava às obras de linguagem consagradas pelo tempo e incluídas nos cânones pelos críticos e historiadores literários. Esses eram os domínios a serem cultivados, expandidos e difundidos, tarefa entregue às diversas instâncias do sistema cultural, com ênfase aos vários níveis de edu-cação formal e informal. O homem culto se distinguia do inculto pela leitura volumosa, pelo conhecimento, mesmo parcial, de vá-rios campos do saber científico e humanístico, pela habilidade lingüística na fala e na escrita, e pela freqüência aos clássicos, sem desconsiderar os modernos. Nos tempos pós-modernos, essa definição da questão cultural e do status do cidadão culto sofreu profundas modificações. O esfor-ço emancipatório do conhecimento e da arte, fruto do iluminismo do século XVIII, encontra hoje a resistência de um tipo de mentali-dade à deriva, em que o comodismo e a indiferença sequer são vis-tos como desairosos. Em sociedades hiperadministradas como as dessa era pós-moderna, os cidadãos vivem muito para si, quase num marasmo, sem metas a conquistar, porque já não acreditam em pro-messas e as tentativas revolucionárias ou mesmo os atos isolados de rebeldia não têm originado mudanças. É certo que essas subjetividades mergulhadas no imediato, na busca da felicidade e do próprio prazer, sem grandes compromis
Revista Anpoll, 2011
Este ensaio apresenta um debate sobre a importância dos estudos culturais como intersecção entre forma e conteúdo do texto literário. A partir da interdisciplinaridade dos estudos culturais, propomos uma leitura pautada na importância da politização da crítica literária por meio de abordagens híbridas em que estética e aspectos culturais sejam explorados como partes do texto literário. Neste debate, apontamos o hibridismo cultural como método interpretativo que aproxima diferentes fronteiras do texto, como nos ensinam Homi Bhabha, Silviano Santiago e Reinaldo Marques. PALAVRAS-CHAVE: metodologia crítica, estudos culturais, hibridismo cultural.
Differences between Literature and Cultural Studies
O propósito deste trabalho é analisar a concepção de José Guilherme Merquior (1941-1991) da crítica literária como crítica da cultura, isto é, como ensaísmo que questiona a cultura vigente. Merquior parte do pressuposto que a literatura tem um potencial gnoseológico, portanto cabe à atividade crítica desvendar e discutir esse poder cognitivo da arte poética. Pare este autor, é preciso encarar a obra literária não como experimento estritamente formal ou como mero documento sociológico, e sim como forma de conhecimento e arma da crítica da civilização, mas sempre evocando a problematização da cultura a partir da própria estrutura do texto literário. Pretendo discutir, em ordem cronológica, dez ensaios e artigos nos quais Merquior apresenta e desenvolve esta posição teórico-metodológica em defesa da crítica da literatura como crítica cultural.
Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
Trata-se de encontrar o lugar do leitor crítico-cultural para propor um método de leitura literária de experiências subjetivas ideológicas e teóricas em relação à noção de poder na sociedade. Esta investigação foi motivada por questões como: Qual o lugar do leitor crítico cultural? E qual o lugar no leitor crítico-cultural que permite criar um sistema de análise de leitura literária? Toma-se como base o uso da linguagem como operador de uma estrutura tática de poder institucionalizado no seio da sociedade. Discutido do ponto de vista de Stuart Hall (2003); Gomes (2011) e de Iúri Lotman (1978, 1979). Aplicados a leitura do poema “O bicho”, de Manuel Bandeira. Essa abordagem possibilita uma ativação das experiências subjetivas do leitor e evidencia como resultado um ato emancipador do sujeito leitor. [Recebido em: 31 maio 2022 – Aceito em: 27 out. 2022]
Tempo Social, 2011
Embora os processos de modernização da crítica literária no Brasil e na Argentina inscrevam-se em tradições intelectuais, mercados de bens culturais e organizações acadêmicas distintas, algumas circunstâncias comuns permitem aproximá-los. Entre estas, enfatizaremos neste texto o fato de que, nos dois casos e quase ao mesmo tempo, a crítica literária aproximou-se da sociologia, esforçando-se por obter um estatuto mais científico do que detinha até, aproximadamente, a primeira metade do século XX. De fato, entre as décadas de 1950 e 1960, os polos mais dinâmicos da crítica literária nos dois países renovaram-se mediante a incorporação de instrumentos teóricos oriundos da sociologia, apesar da tensão existente entre tais orientações e as que defendiam a análise estética do texto literário 1. Além disso, as duas disciplinas enfrentaram temáticas convergentes nesse período, relativas, sobretudo, aos problemas da formação e da modernização da sociedade e da cultura nos dois países. Em tal direção, nos dois lados dessas fronteiras disciplinares programas de pesquisa e estilos de trabalho inovadores (e ambiciosos) foram desenvolvidos. Se, na sociologia, Florestan Fernandes e Gino Germani foram as figuras proeminentes desse processo, constituindo-se, cada um em seu país, como a principal liderança intelectual e institucional dessas disciplinas, na crítica literária, um papel análogo foi * Este texto faz parte de uma pesquisa em andamento, voltada à comparação entre os processos de fundação da sociologia no Brasil e na Argentina. Agradecemos a Heloisa Pontes, Sergio Miceli e Jorge Myers os comentários a uma versão preliminar e o estímulo à sua publicação. Uma segunda versão foi discutida em seminário com os colaboradores deste Dossiê, que nos ajudaram a afinar nosso argumento. 1. Certamente, houve também reivindicação de cientificidade por meio da análise estética. No caso argentino, pelos herdeiros da "escola" de Amado Alonso; no brasileiro, sobretudo, por Afrânio Coutinho, que tinha como referência o New Criticism. Neste texto, no entanto, a ênfase recai sobre os críticos que incorporaram (de maneira distinta) a sociologia como instrumento analítico. Isso explica a seleção de Adolfo Prieto e Antonio Candido como parâmetros para examinar a relação entre crítica literária e sociologia nos dois casos.
Revista X, 2011
O ensaio discute algumas relações entre estudos culturais e literatura. Vista de uma perspectiva histórico-cultural, a literatura perdeu, na segunda metade do século XX, o seu status como mídia principal. Os estudos culturais foram uma resposta a isso, dedicando-se à produção, a circulação e ao consumo de bens simbólicos de muitas áreas culturais, em seus respectivos contextos. Para uma formação cultural na sua dimensão de formação humana, porém, a literatura continua ser indispensável.
Travessias, 2009
RESUMO: O objetivo do presente artigo é discutir alguns aspectos da atividade de crítica literária no Brasil no século XX. Para nossa explanação nos valeremos de considerações acerca de Memorial de Aires (1908), último romance de Machado de Assis, cuja fortuna crítica abarca parte expressiva das tendências que predominaram no século em questão. PALAVRAS-CHAVE: Crítica literária; teoria da literatura; discurso narrativo.
REVISTA DE LETRAS - JUÇARA
Os estudos literários brasileiros, depois de manifestações esparsas no período colonial, representadas pela atividade de academias literárias fundadas no século XVIII, só se expandiram efetivamente ao longo do século XIX. A produção literária nacional cresceu em quantidade e qualidade, assim como os estudos literários, que, por um lado, eram demandados por esta produção – a qual, afinal de contas, necessitava ser estudada e avaliada -, mas, por outro lado, estimulavam esta criatividade, ao estabelecerem como critério de valor o alinhamento da ficção, poesia e dramaturgia com a agenda nacionalista. Como resultado, de 1820 a 1880, os estudos literários no Brasil passaram por um período de expansão e diversificação. Se nos anos 1800 a educação literária foi conduzida no ensino de segundo grau, de 1930 em diante cursos de literatura em nível universitário começaram a estabelecer-se no Brasil. Neste artigo, faremos uma breve introdução à crítica e à historiografia literária brasileira, d...
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Fólio , 2016
Revista Iberoamericana, 1997
Educação & Realidade
Aletria: Revista de Estudos de Literatura
Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 1994
Revista Língua&Literatura, 2019
Revista Continente, 2022
Educamazonia, 2014
A ciência como profissão: médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935), 2006
Filologia, cultura escrita e estudos culturais, 2018