Books by Carolina Amaral de Aguiar
O rótulo de ser o “mais célebre entre os cineastas desconhecidos” da França já deixou de definir ... more O rótulo de ser o “mais célebre entre os cineastas desconhecidos” da França já deixou de definir Chris Marker, referência de engajamento político e inovação cinematográfica. Seu cinema latino-americano, porém, segue pouco comentado. Marker encontrou na América Latina dos anos 1960 e 1970 um elã revolucionário para repensar as estratégias políticas internacionais, considerando o sucesso da Revolução Cubana e a vitória
de Salvador Allende no Chile como novos caminhos possíveis para o socialismo. Testemunha desses dois processos, acompanhou também os novos desafios enfrentados por Fidel Castro no final da década de 1960 e o trágico fim da experiência chilena com o golpe de Estado de 1973. Este livro analisa as narrativas e os contatos latino-americanos na obra desse cineasta francês.
Cinema: estética, política e dimensões da memória , 2019
Cinema: estética, política e dimensões da memória propõe analisar as relações entre cinema e hist... more Cinema: estética, política e dimensões da memória propõe analisar as relações entre cinema e história a partir da articulação entre a análise estética do audiovisual e a perspectiva crítico-documental dos filmes, como uma maneira de fazer convergir, ao mesmo tempo, a especificidade do cinema e os regimes de representação historiográfica. A obra discute três grandes tendências temáticas que estão em pauta na contemporaneidade: as dimensões históricas do cinema documentário, as fronteiras transitórias entre o cinema e as artes, e, por fim, as representações cinematográficas sobre os regimes militares da América Latina. Atento à materialidade do cinema, às fontes documentais e à conjuntura histórica, o livro procura contribuir com a discussão entre cinema e história em múltiplos sentidos. As relações entre história e cinema, bem como o uso do cinema (e do audiovisual) como um todo, não são propriamente uma novidade. Desde as abordagens bastante conhecidas de Marc Ferro, o cinema entrou para a agenda de pesquisa historiográfica em sentido amplo, ou seja, para além da "história do cinema" stricto sensu. Objeto de interesse de pesquisadores e professores dos ensinos básico e superior, a grande dificuldade no trato com o cinema pela historiografia é balancear a análise fílmica enquanto documento de uma época e sociedade com a natureza estética e o lugar sociocultural dos produtos audiovisuais. Essa diretriz, sempre disposta a aceitar a pluralidade de focos, temas e perspectivas, alimenta o grupo CNPq "História e Audiovisual: circularidades e formas de comunicação" desde sua origem, em 2005. Desde então, foram realizados mais de 100 seminários de pesquisa (muitos deles disponíveis on-line) e Seminários Temáticos nos encontros regionais e simpósios da Associação Nacional de História-ANPUH, três colóquios internacionais, publicadas quatro coletâneas e três dossiês em revistas brasileiras e estrangeiras, sem falar na grande produção individual dos seus membros estáveis (professores, pós-graduandos e graduandos). Além dos membros que organizam e frequentam as atividades regulares, podemos incluir dezenas de interlocutores espalhados por vários estados brasileiros e países (Espanha, França, Estados Unidos, Argentina, Portugal e Chile, sobretudo). Este livro se insere nesta já longa tradição de debates e publicações que marca a trajetória do grupo, reunindo dez textos de autores brasileiros e estrangeiros, alinhavados pela grande atenção à análise fílmica detalhada e à reflexão sobre o lugar do cinema nos debates culturais e políticos que ensejam representações diversas do passado histórico.
Livro Cinema, Estética, Política e Dimensões da Memória, 2019
Cinema: estética, política e dimensões da
memória propõe analisar as relações entre cinema e
hist... more Cinema: estética, política e dimensões da
memória propõe analisar as relações entre cinema e
história a partir da articulação entre a análise estética
do audiovisual e a perspectiva crítico-documental
dos filmes, como uma maneira de fazer convergir,
ao mesmo tempo, a especificidade do cinema e os
regimes de representação historiográfica. A obra
discute três grandes tendências temáticas que estão
em pauta na contemporaneidade: as dimensões
históricas do cinema documentário, as fronteiras
transitórias entre o cinema e as artes, e, por fim, as
representações cinematográficas sobre os regimes
militares da América Latina. Atento à materialidade
do cinema, às fontes documentais e à conjuntura
histórica, o livro procura contribuir com a discussão
entre cinema e história em múltiplos sentidos.
O livro "Cinema e História: circularidades, arquivos e experiência estética" amplia o horizonte p... more O livro "Cinema e História: circularidades, arquivos e experiência estética" amplia o horizonte para os interessados no estudo da teia de relações inerentes ao cinema e história, com análises de filmes de diferentes épocas e contextos (Argélia, Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, México, Uruguai), gêneros (documentário, suspense, melodrama, chanchada, filmes amadores), diretores (Glauber Rocha, Lars von Trier, José Carlos Burle) e espaços de circulação (vídeos populares, festivais e clubes de cinema). Articulando pesquisa histórica e análise fílmica, o livro reafirma um método de trabalho para pensar as relações entre cinema e história.
Dez anos após a publicação do livro "História e Cinema: dimensões históricas do audiovisual" (organizado por Eduardo Morettin, Marcos Napolitano, Maria Helena Capelato e Elias Thomé Saliba), o livro "Cinema e História: circularidades, arquivo e experiência estética" reúne o que há de mais atual e relevante na articulação desses dois campos do conhecimento no contexto brasileiro e internacional.
Com um total de dezesseis textos, assinados por autores de prestígio internacional, representantes de diferentes gerações e correntes, como Ismail Xavier (professor emérito da Universidade de São Paulo), Andrea Cuarterolo (professora da Universidade de Buenos Aires), Vicente Sánchez-Biosca (professor da Universidade de Valencia, Espanha), Jean-Pierre Bertin-Maghit (professor da Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3), o livro é dividido em quatro partes.
A primeira, "Figurações, história e análise fílmica", contém textos sobre o cinema de Glauber Rocha (por Mateus Araújo, professor da ECA-USP), sobre as representações cinematográficas da Independência do Brasil (por Ignacio del Valle, professor da Unila), sobre a figura histórica das bruxas no filme Anticristo, de Lars von Trier (por Patrícia Kruger, pesquisadora da USP), e sobre a memória política das ditaduras latino-americanas (por Ismail Xavier, professor emérito da ECA-USP).
A segunda parte, intitulada "Arquivos cinematográficos. Filmes sem filmes", aborda o inusitado tema da pesquisa acadêmica sobre filmes realizados nas primeiras décadas do cinema que foram destruídos ou estão perdidos, bem como sobre projetos cinematográficos que não chegaram a ser concretizados. Os autores que trabalham nessa laboriosa seara são Andrea Cuarterolo (Universidade de Buenos Aires), Pablo Gonçalo (UnB) e Lila Foster (USP).
Sob o título "Revisões historiográficas", a terceira parte se dedica a jogar luz sobre capítulos pouco estudados da História do Cinema, tanto no Brasil quanto no exterior. A professora Cira Mora Forero (Universidade Jorge Tadeo Lozano, Bogotá, Colômbia) defende uma nova historiografia do Cinema Colombiano, incluindo filmes que haviam sido excluídos por sua duração curta ou seu registro documental. Professora da Unifesp, Mariana Villaça trata de duas edições do festival de cinema realizado pelo semanário uruguaio "Marcha", em 1967 e 1968, notável por seu engajamento político e seu discurso latino-americanista. A pesquisadora Camila Petroni trata do pouco conhecido acervo da Associação Brasileira de Vídeo Popular. Luís Alberto Rocha Melo, professor da UFJF, aborda o filme "Não é nada disso" (1950), de José Carlos Burle, que traz em si a reflexão sobre um momento peculiar do cinema nacional.
Finalmente, a última parte do livro, "A historicidade das imagens", traz reflexões de cunho metodológico, reunidas na questão: que perguntas dirigimos às obras audiovisuais? Os objetos estudados nessa parte são variados: há desde os filmes caseiros rodados por soldados franceses durante a Guerra da Argélia (no texto de Jean-Pierre Bertin-Maghit, da Sorbonne Nouvelle) e o registro amador do assassinato do presidente Kennedy (no artigo de Felipe Polydoro, da UnB), até as imagens registradas durante genocídios (Gueto de Varsóvia, Guerra do Vietnã, Ruanda, Abu Ghraib), estudadas por Vicente Sánchez-Biosca (Universidade de Valência). Ainda nessa parte, Patrícia Machado (PUC-RJ) analisa imagens produzidas durante a Ditadura Militar no Brasil e Isadora Remundini (Unifesp) reflete sobre o filme "Maioria Absoluta" (1964), de Leon Hirszman.
Papers by Carolina Amaral de Aguiar
I Congreso Internacional Historia Literatura Y Arte En El Cine En Espanol Y Portugues Comunicaciones Completas Celebrado En Salamanca 26 28 De Junio De 2011 2011 Isbn 978 84 940917 3 5 Pags 31 47, 2011
Resumo O Chile na obra de Chris Marker: um olhar para a Unidade Popular desde a França Este traba... more Resumo O Chile na obra de Chris Marker: um olhar para a Unidade Popular desde a França Este trabalho analisa filmes do cineasta Chris Marker que indagaram sobre a Unidade Popular do Chile nos anos 1970. Entre as produções abordadas, estão duas que foram remontadas a partir de documentários chilenos feitos durante o governo de Salvador Allende: La première année (1973) e On vous parle du Chili: ce que disait Allende (1973). Além disso, mais três filmes desse realizador se dedicaram ao tema: La Spirale (1976), L'ambassade (1974) e O fundo do ar é vermelho (1977). Por meio do estudo dessa filmografia, identificaram-se quais foram as estratégias narrativas utilizadas e qual foi o discurso político sobre a chamada "experiência chilena" que essas estratégias elaboraram. A reflexão sobre o corpus permitiu verificar que o interesse por esse processo, visto desde a França, emergiu do espaço deixado pelas frequentes desilusões diante de uma referência política anterior, igualmente vinda da América Latina e que havia motivado os debates da esquerda francesa na década de 1960: a Revolução Cubana. Assim, optou-se por incluir também na pesquisa produções markerianas que nasceram do contato entre esse realizador e o Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos (ICAIC): Cuba si (1961), La bataille des dix millions (1970), On vous parle du Brésil: tortures (1969) e On vous parle du Brésil: Carlos Marighela (1970). A análise dos filmes elencados revela que, durante os anos da UP no poder, houve uma vontade de aproximação entre Chile e França que valorizava os caminhos empregados pela "via chilena ao socialismo", apontando-os como possibilidades para uma Nova Esquerda europeia. Porém, com o golpe de Estado de 1973, essa postura passou por uma revisão, e a experiência chilena serviu à elaboração de leituras que apontassem um "legado" e "lições" que poderiam ser retirados da queda da Unidade Popular. Nesse sentido, as produções de Marker fazem uma denúncia das ações da direita que derrubaram Allende, bem como constroem uma visão autocrítica que indica os "erros" cometidos pela própria esquerda que possibilitaram essa derrota. Essa tentativa de atribuir um "legado" e "lições" buscava responder sobretudo aos anseios de uma esquerda francesa que dispunha de um programa comum de governo fortemente inspirado naquele da UP chilena, mas que deveria ser submetido a uma revisão após o fracasso de sua referência latinoamericana. Sob essa visão, esta tese propõe um estudo voltado à circulação de ideias culturais e políticas entre América Latina e França, que delega ao continente um papel central nessa relação durante os anos 1960 e 1970 e a Chris Marker a função de um mediador cinematográfico.
ZUM, Revista de Fotografia, 2020
No início da pandemia do novo coronavírus, muitos começaram a buscar títulos literários que ajuda... more No início da pandemia do novo coronavírus, muitos começaram a buscar títulos literários que ajudassem a viver o momento. Proliferaram indicações de livros cujos enredos se passam em meio a pestes e epidemias, distopias autoritárias, narrativas de isolamento ou de repressão. Mas o que pode ser dito sobre as imagens que atendem à demanda do confinamento? O que se pode registrar quando o espaço em volta se restringe às paredes que delimitam o ambiente doméstico? Quais são as possibilidades criativas para se filmar quando o exterior está inacessível?
Gostaria de agradecer inicialmente ao meu orientador, Marcos Napolitano, pelo olhar atento e pela... more Gostaria de agradecer inicialmente ao meu orientador, Marcos Napolitano, pelo olhar atento e pelas considerações sempre pertinentes. Agradeço também à sua ajuda proporcionando intercâmbios e contatos com outros pesquisadores.
Este artigo visa a analisar o documentário À Valparaiso 2 (1963), uma sinfonia-urbana da cidade c... more Este artigo visa a analisar o documentário À Valparaiso 2 (1963), uma sinfonia-urbana da cidade chilena realizada por Joris Ivens. A escolha por esse filme é decorrente do fato de a produção ter se constituído como uma importante etapa de consolidação da prática cinematográfica no Chile, ainda incipiente no início dos anos 1960, ao atrair um dos mais importantes nomes do cinema político mundial para o país. Seu processo de produção foi pensado como um "filme-escola", reunindo Ivens e jovens realizadores chilenos em um mesmo projeto, que contou com etapas desenvolvidas na França e na América Latina, como será abordado. Esse documentário se destacou também pela cooperação entre o cineasta holandês e Chris Marker, que escreveu o comentário que acompanha as imagens. Assim, pode-se afirmar que reuniu dois dos mais importantes diretores do cinema militante. A cooperação entre Ivens e Marker foi fruto vários interesses em comum, inclusive pela América Latina. De uma geração anterior a do cineasta francês, o holandês se tornou uma referência, propondo um cinema que se pretendia militante e internacionalista, sem abrir mão do lirismo. Ao longo de sua filmografia, Ivens produziu reflexões sobre diferentes processos revolucionários pelo mundo, registrando da Guerra Civil espanhola (em Terre d'Espagne, 1937) à Revolução Cubana (nos documentários Carnet de viaje e Cuba, Pueblo armado, ambos de 1961). Essa preferência por um cinema "transnacional", que buscasse referências e trocas entre as mais diversas experiências de transformação social, esteve igualmente no horizonte de Marker. Os dois compartilhavam, por exemplo, uma atração pelos países orientais, já que dedicaram inúmeras produções à China, ao Japão, ao Vietnã, entre outras nações 3 . Aproximaram-se também pelo uso de um tom poético na relação entre texto e
A chegada de Salvador Allende à presidência do Chile, em outubro de 1970, representou para divers... more A chegada de Salvador Allende à presidência do Chile, em outubro de 1970, representou para diversos partidos de esquerda europeus a confirmação de que a aliança entre socialismo e democracia seria a melhor opção estratégica para a chegada ao poder. Se desde o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, quando foram revelados os trágicos saldos do stalinismo, a teoria da "ditadura do proletariado" perdeu força entre os adeptos do socialismo, a Primavera de Praga (1968) demonstrou que era preciso encontrar novos caminhos nos quais as divergências internas deviam ser resolvidas por meio do diálogo.
Resumo: A expressão "MAC do Zanini", referência ao diretor que permaneceu à frente do museu desde... more Resumo: A expressão "MAC do Zanini", referência ao diretor que permaneceu à frente do museu desde a sua criação até finais dos anos 1970, valoriza sua política museológica aberta às novas linguagens artísticas e à experimentação. Foi neste período que o MAC, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, desempenhou papel fundamental para o início da videoarte no país, promovendo debates, exposições e disponibilizando equipamento em um núcleo de VT. Esta pesquisa considera 1974 como o ano chave para o surgimento de uma geração de artistas de vídeo no Brasil, quando Walter Zanini selecionou brasileiros para a Vídeo Art, exposição realizada na Universidade da Pensilvânia, EUA. De outro lado, 1978, ano em que o diretor se afastou do museu e ano do I Encontro Internacional de Vídeo Arte no MIS de São Paulo, finaliza o ciclo de iniciativas ligadas às ações do MAC, delimitando o recorte histórico adotado. Palavras-chave: Videoarte; MAC-USP; Anos 1970.
Book Reviews by Carolina Amaral de Aguiar
Nuevo Mundo Mundos Nuevos, 2022
Significação, Revista de Cultura Audivisual, 2020
Revolución y democracia: el cine documental
argentino del exilio (1976-1984), de Javier Campo, é ... more Revolución y democracia: el cine documental
argentino del exilio (1976-1984), de Javier Campo, é uma
importante contribuição para entender os exílios políticos
latino-americanos. Se o cinema de exílio chileno é tema
bastante conhecido, o exílio cinematográfico argentino
(um fenômeno de menor alcance) ainda é pouco
pesquisado. Nesse sentido, o livro de Campo, lançado em
2017 em Buenos Aires, analisa os documentários políticos
realizados fora do país no período em que a Argentina
permaneceu sob uma ditadura, comparando os filmes feitos
entre 1976 e 1984 tanto com o cinema político militante
dos anos anteriores como com o cinema de transição que
se consolida com a volta da democracia.
Las rupturas del 68 en el cine de América Latina,
organizado por Mariano Mestman, analisa as rupt... more Las rupturas del 68 en el cine de América Latina,
organizado por Mariano Mestman, analisa as rupturas
ocorridas em distintas cinematografias da América Latina
– Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba,
México e Uruguai – em torno a 1968. O ano é pensado
como símbolo de uma “época”, palco de contestações políticas
e proposições vanguardistas em diferentes partes do
mundo. Mestman pretende entender como essas rupturas
incidiram em cada caso nacional, convidando autores de
distintas nacionalidades para analisarem as transformações
cinematográficas em seus respectivos países. O livro traz
ainda, em sua segunda parte, artigos que pensam essas rupturas
em uma perspectiva transnacional.
Academic articles / Artículos académicos by Carolina Amaral de Aguiar
Iberic@l : Revue d'études ibériques et ibéro-américaines, 2023
Cet article étudie l’importance du thème de la dictature chilienne dans les festivals de cinéma d... more Cet article étudie l’importance du thème de la dictature chilienne dans les festivals de cinéma des années 1970, en se reposant sur la présence de La Bataille du Chili (Patricio Guzmán, 1975, 1976, 1979) à ces événements. La trilogie de Guzmán a été projetée notamment à la Quinzaine des réalisateurs de Cannes (1975 et 1976), au Festival international du nouveau cinéma de Pesaro (1975), au Festival international du film documentaire de Leipzig (1976) et au Forum de Berlin (1975, 1976 et 1979). Les projections ont été accompagnées d’interviews, de déclarations, de dénonciations, de manifestes, de critiques et de nouvelles dans la presse locale. La diffusion du documentaire a généré des événements politiques qui ont rassemblé des exilés chiliens et des étrangers solidaires. Ce cas d’étude permet de comprendre une certaine autonomie du champ culturel à l’époque de la guerre froide et de mesurer l’ampleur des dénonciations des violations des droits humains dans des pays aux spectres idéologiques les plus divers.
Revista Antíteses, 2023
A pesar de la abundante historiografía sobre la Unidad Popular, esta ha sido abordada principalme... more A pesar de la abundante historiografía sobre la Unidad Popular, esta ha sido abordada principalmente desde la óptica de la historia política y de las relaciones internacionales. Existen relativamente pocos trabajos que se hayan aproximado a la llamada “vía chilena al socialismo” desde la historia cultural. Una historia social de las representaciones y prácticas culturales de ese periodo crucial de la Guerra Fría en América Latina permitiría estudiar con más profundidad cuestiones tales como la democratización de las instituciones culturales durante el gobierno de Allende, las iniciativas culturales y artísticas militantes surgidas entre los grupos que lo apoyaban, las numerosos relaciones culturales transnacionales que se desarrollaron en esa época y el rol jugado por los medios de comunicación masiva.
Revista de Historia Social y de las Mentalidades, 2023
Esta investigación dialoga con estudios recientes sobre la figura del perpetrador con el objet... more Esta investigación dialoga con estudios recientes sobre la figura del perpetrador con el objetivo de analizar cómo se representa a los agentes de la represión chilena en el audiovisual. Por medio de metodologías procedentes de los estudios sobre las relaciones entre audiovisual e historia, este artículo ana-liza los mecanismos narrativos que utiliza la serie documental de la televisión pública francesa Chili-impressions (1978), dirigida por el exiliado español José María Berzosa, para construir una oposición a la Junta Militar chilena en los años setenta. El producto audiovisual estudiado es emblemático, pues alcanzó una gran visibilidad en su época, tras haber sido inicialmente suspendida su exhibición por la justicia francesa. Además, contribuyó con la difusión de una memoria negativa de la dictadura en el extranjero.
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Books by Carolina Amaral de Aguiar
de Salvador Allende no Chile como novos caminhos possíveis para o socialismo. Testemunha desses dois processos, acompanhou também os novos desafios enfrentados por Fidel Castro no final da década de 1960 e o trágico fim da experiência chilena com o golpe de Estado de 1973. Este livro analisa as narrativas e os contatos latino-americanos na obra desse cineasta francês.
memória propõe analisar as relações entre cinema e
história a partir da articulação entre a análise estética
do audiovisual e a perspectiva crítico-documental
dos filmes, como uma maneira de fazer convergir,
ao mesmo tempo, a especificidade do cinema e os
regimes de representação historiográfica. A obra
discute três grandes tendências temáticas que estão
em pauta na contemporaneidade: as dimensões
históricas do cinema documentário, as fronteiras
transitórias entre o cinema e as artes, e, por fim, as
representações cinematográficas sobre os regimes
militares da América Latina. Atento à materialidade
do cinema, às fontes documentais e à conjuntura
histórica, o livro procura contribuir com a discussão
entre cinema e história em múltiplos sentidos.
Dez anos após a publicação do livro "História e Cinema: dimensões históricas do audiovisual" (organizado por Eduardo Morettin, Marcos Napolitano, Maria Helena Capelato e Elias Thomé Saliba), o livro "Cinema e História: circularidades, arquivo e experiência estética" reúne o que há de mais atual e relevante na articulação desses dois campos do conhecimento no contexto brasileiro e internacional.
Com um total de dezesseis textos, assinados por autores de prestígio internacional, representantes de diferentes gerações e correntes, como Ismail Xavier (professor emérito da Universidade de São Paulo), Andrea Cuarterolo (professora da Universidade de Buenos Aires), Vicente Sánchez-Biosca (professor da Universidade de Valencia, Espanha), Jean-Pierre Bertin-Maghit (professor da Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3), o livro é dividido em quatro partes.
A primeira, "Figurações, história e análise fílmica", contém textos sobre o cinema de Glauber Rocha (por Mateus Araújo, professor da ECA-USP), sobre as representações cinematográficas da Independência do Brasil (por Ignacio del Valle, professor da Unila), sobre a figura histórica das bruxas no filme Anticristo, de Lars von Trier (por Patrícia Kruger, pesquisadora da USP), e sobre a memória política das ditaduras latino-americanas (por Ismail Xavier, professor emérito da ECA-USP).
A segunda parte, intitulada "Arquivos cinematográficos. Filmes sem filmes", aborda o inusitado tema da pesquisa acadêmica sobre filmes realizados nas primeiras décadas do cinema que foram destruídos ou estão perdidos, bem como sobre projetos cinematográficos que não chegaram a ser concretizados. Os autores que trabalham nessa laboriosa seara são Andrea Cuarterolo (Universidade de Buenos Aires), Pablo Gonçalo (UnB) e Lila Foster (USP).
Sob o título "Revisões historiográficas", a terceira parte se dedica a jogar luz sobre capítulos pouco estudados da História do Cinema, tanto no Brasil quanto no exterior. A professora Cira Mora Forero (Universidade Jorge Tadeo Lozano, Bogotá, Colômbia) defende uma nova historiografia do Cinema Colombiano, incluindo filmes que haviam sido excluídos por sua duração curta ou seu registro documental. Professora da Unifesp, Mariana Villaça trata de duas edições do festival de cinema realizado pelo semanário uruguaio "Marcha", em 1967 e 1968, notável por seu engajamento político e seu discurso latino-americanista. A pesquisadora Camila Petroni trata do pouco conhecido acervo da Associação Brasileira de Vídeo Popular. Luís Alberto Rocha Melo, professor da UFJF, aborda o filme "Não é nada disso" (1950), de José Carlos Burle, que traz em si a reflexão sobre um momento peculiar do cinema nacional.
Finalmente, a última parte do livro, "A historicidade das imagens", traz reflexões de cunho metodológico, reunidas na questão: que perguntas dirigimos às obras audiovisuais? Os objetos estudados nessa parte são variados: há desde os filmes caseiros rodados por soldados franceses durante a Guerra da Argélia (no texto de Jean-Pierre Bertin-Maghit, da Sorbonne Nouvelle) e o registro amador do assassinato do presidente Kennedy (no artigo de Felipe Polydoro, da UnB), até as imagens registradas durante genocídios (Gueto de Varsóvia, Guerra do Vietnã, Ruanda, Abu Ghraib), estudadas por Vicente Sánchez-Biosca (Universidade de Valência). Ainda nessa parte, Patrícia Machado (PUC-RJ) analisa imagens produzidas durante a Ditadura Militar no Brasil e Isadora Remundini (Unifesp) reflete sobre o filme "Maioria Absoluta" (1964), de Leon Hirszman.
Papers by Carolina Amaral de Aguiar
Book Reviews by Carolina Amaral de Aguiar
argentino del exilio (1976-1984), de Javier Campo, é uma
importante contribuição para entender os exílios políticos
latino-americanos. Se o cinema de exílio chileno é tema
bastante conhecido, o exílio cinematográfico argentino
(um fenômeno de menor alcance) ainda é pouco
pesquisado. Nesse sentido, o livro de Campo, lançado em
2017 em Buenos Aires, analisa os documentários políticos
realizados fora do país no período em que a Argentina
permaneceu sob uma ditadura, comparando os filmes feitos
entre 1976 e 1984 tanto com o cinema político militante
dos anos anteriores como com o cinema de transição que
se consolida com a volta da democracia.
organizado por Mariano Mestman, analisa as rupturas
ocorridas em distintas cinematografias da América Latina
– Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba,
México e Uruguai – em torno a 1968. O ano é pensado
como símbolo de uma “época”, palco de contestações políticas
e proposições vanguardistas em diferentes partes do
mundo. Mestman pretende entender como essas rupturas
incidiram em cada caso nacional, convidando autores de
distintas nacionalidades para analisarem as transformações
cinematográficas em seus respectivos países. O livro traz
ainda, em sua segunda parte, artigos que pensam essas rupturas
em uma perspectiva transnacional.
Academic articles / Artículos académicos by Carolina Amaral de Aguiar
de Salvador Allende no Chile como novos caminhos possíveis para o socialismo. Testemunha desses dois processos, acompanhou também os novos desafios enfrentados por Fidel Castro no final da década de 1960 e o trágico fim da experiência chilena com o golpe de Estado de 1973. Este livro analisa as narrativas e os contatos latino-americanos na obra desse cineasta francês.
memória propõe analisar as relações entre cinema e
história a partir da articulação entre a análise estética
do audiovisual e a perspectiva crítico-documental
dos filmes, como uma maneira de fazer convergir,
ao mesmo tempo, a especificidade do cinema e os
regimes de representação historiográfica. A obra
discute três grandes tendências temáticas que estão
em pauta na contemporaneidade: as dimensões
históricas do cinema documentário, as fronteiras
transitórias entre o cinema e as artes, e, por fim, as
representações cinematográficas sobre os regimes
militares da América Latina. Atento à materialidade
do cinema, às fontes documentais e à conjuntura
histórica, o livro procura contribuir com a discussão
entre cinema e história em múltiplos sentidos.
Dez anos após a publicação do livro "História e Cinema: dimensões históricas do audiovisual" (organizado por Eduardo Morettin, Marcos Napolitano, Maria Helena Capelato e Elias Thomé Saliba), o livro "Cinema e História: circularidades, arquivo e experiência estética" reúne o que há de mais atual e relevante na articulação desses dois campos do conhecimento no contexto brasileiro e internacional.
Com um total de dezesseis textos, assinados por autores de prestígio internacional, representantes de diferentes gerações e correntes, como Ismail Xavier (professor emérito da Universidade de São Paulo), Andrea Cuarterolo (professora da Universidade de Buenos Aires), Vicente Sánchez-Biosca (professor da Universidade de Valencia, Espanha), Jean-Pierre Bertin-Maghit (professor da Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3), o livro é dividido em quatro partes.
A primeira, "Figurações, história e análise fílmica", contém textos sobre o cinema de Glauber Rocha (por Mateus Araújo, professor da ECA-USP), sobre as representações cinematográficas da Independência do Brasil (por Ignacio del Valle, professor da Unila), sobre a figura histórica das bruxas no filme Anticristo, de Lars von Trier (por Patrícia Kruger, pesquisadora da USP), e sobre a memória política das ditaduras latino-americanas (por Ismail Xavier, professor emérito da ECA-USP).
A segunda parte, intitulada "Arquivos cinematográficos. Filmes sem filmes", aborda o inusitado tema da pesquisa acadêmica sobre filmes realizados nas primeiras décadas do cinema que foram destruídos ou estão perdidos, bem como sobre projetos cinematográficos que não chegaram a ser concretizados. Os autores que trabalham nessa laboriosa seara são Andrea Cuarterolo (Universidade de Buenos Aires), Pablo Gonçalo (UnB) e Lila Foster (USP).
Sob o título "Revisões historiográficas", a terceira parte se dedica a jogar luz sobre capítulos pouco estudados da História do Cinema, tanto no Brasil quanto no exterior. A professora Cira Mora Forero (Universidade Jorge Tadeo Lozano, Bogotá, Colômbia) defende uma nova historiografia do Cinema Colombiano, incluindo filmes que haviam sido excluídos por sua duração curta ou seu registro documental. Professora da Unifesp, Mariana Villaça trata de duas edições do festival de cinema realizado pelo semanário uruguaio "Marcha", em 1967 e 1968, notável por seu engajamento político e seu discurso latino-americanista. A pesquisadora Camila Petroni trata do pouco conhecido acervo da Associação Brasileira de Vídeo Popular. Luís Alberto Rocha Melo, professor da UFJF, aborda o filme "Não é nada disso" (1950), de José Carlos Burle, que traz em si a reflexão sobre um momento peculiar do cinema nacional.
Finalmente, a última parte do livro, "A historicidade das imagens", traz reflexões de cunho metodológico, reunidas na questão: que perguntas dirigimos às obras audiovisuais? Os objetos estudados nessa parte são variados: há desde os filmes caseiros rodados por soldados franceses durante a Guerra da Argélia (no texto de Jean-Pierre Bertin-Maghit, da Sorbonne Nouvelle) e o registro amador do assassinato do presidente Kennedy (no artigo de Felipe Polydoro, da UnB), até as imagens registradas durante genocídios (Gueto de Varsóvia, Guerra do Vietnã, Ruanda, Abu Ghraib), estudadas por Vicente Sánchez-Biosca (Universidade de Valência). Ainda nessa parte, Patrícia Machado (PUC-RJ) analisa imagens produzidas durante a Ditadura Militar no Brasil e Isadora Remundini (Unifesp) reflete sobre o filme "Maioria Absoluta" (1964), de Leon Hirszman.
argentino del exilio (1976-1984), de Javier Campo, é uma
importante contribuição para entender os exílios políticos
latino-americanos. Se o cinema de exílio chileno é tema
bastante conhecido, o exílio cinematográfico argentino
(um fenômeno de menor alcance) ainda é pouco
pesquisado. Nesse sentido, o livro de Campo, lançado em
2017 em Buenos Aires, analisa os documentários políticos
realizados fora do país no período em que a Argentina
permaneceu sob uma ditadura, comparando os filmes feitos
entre 1976 e 1984 tanto com o cinema político militante
dos anos anteriores como com o cinema de transição que
se consolida com a volta da democracia.
organizado por Mariano Mestman, analisa as rupturas
ocorridas em distintas cinematografias da América Latina
– Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba,
México e Uruguai – em torno a 1968. O ano é pensado
como símbolo de uma “época”, palco de contestações políticas
e proposições vanguardistas em diferentes partes do
mundo. Mestman pretende entender como essas rupturas
incidiram em cada caso nacional, convidando autores de
distintas nacionalidades para analisarem as transformações
cinematográficas em seus respectivos países. O livro traz
ainda, em sua segunda parte, artigos que pensam essas rupturas
em uma perspectiva transnacional.