A partir deste artigo nos propomos a estabelecer as relações existentes entre memória, história e benzimentos bem como suas funções na identificação de uma comunidade tradicional: as benzedeiras. Sabemos que durante muitos anos, esta comunidade foi tratada de maneira desprezível, marginalizada pala sociedade sob a alegação de que seu conhecimento era informa e, portanto, indigno de reconhecimento.

Pensar a temática indígena atualmente tem sido umas das nossas questões mais polêmicas. Analisá-lo como portador de uma cultura, como possuidor dos mesmos direitos que nós, às vezes dos mesmos costumes é extremamente difícil, principalmente entre os nossos alunos. Sabemos que desde a época da colonização o índio tem passado por um processo de transformação e adaptação cultural e dentro desta perspectiva, é preciso estabelecer que o indígena sofreu perdas territoriais e comunitárias. Estas transformações pelas quais o indígena passou são refletidas até hoje em nossa sociedade, e ainda mais pertinentes no que diz respeito ao ensino das culturas indígenas. É possível perceber nesta análise, que existem determinados estereótipos feitos em relação a tais povos, que continuam sendo marginalizados e esquecidos de certa maneira, ou lembrados apenas em feriados e datas comemorativas. É preciso entender o indígena como portador de uma cultura que colaborou para a existência da nossa própria sociedade. Para isso é necessário que levemos em consideração uma série de aspectos culturais, sociais, econômicos, dentre outros, a fim de podermos analisar o índio de forma positiva e visualizá-lo como um cidadão em nossa sociedade.

O presente projeto tem a pretensão de analisar as relações existentes entre as concepções de sujeito histórico e benzedeiras, bem como de que forma estes dois conceitos unem-se um ao outro desencadeando uma série de outras relações e interdependências.De um lado, analisar o sujeito como ator principal da história requer um cuidado bastante grande e constitui -se numa tarefa bastante complexa, pois ao mesmo tempo em que este sujeito é objetivo, analisável e compreensível, pode tornar-se um mistério, prenhe de subjetividades e lacunas. A compreensão deste sujeito requer de nós cuidado e entendimento singular, a fim de que ao interpretá-lo não deixemos de lado toda a carga de subjetividade e sensibilidade que está intrinsecamente atrelado a ele. De outro lado, estamos diante de um trabalho com sujeitos duramente reprimidos até então, questionados pela veracidade dos atos que exercem, criticados por seu ofício secular, perseguidos por serem uma classe subalterna e aparentemente invisível: as benzedeiras.

Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a obra do médico e eugenista Renato Kehl (1889-1974), intelectual que ficou conhecido como o principal divulgador das ideias eugênicas no Brasil, chegando mesmo a ser considerado " o pai da eugenia " entre os brasileiros, conforme indicara o escritor Monteiro Lobato (Souza, 2006). O foco principal do artigo é analisar uma das obras mais importantes do autor: " Lições de Eugenia " , publicada em 1929. Essa obra é resultado de mudanças de Renato Kehl em direção a uma eugenia ainda mais radical, informada pelo racismo europeu e pelo determinismo biológico. Neste sentido, o objetivo é apresentar o projeto de Renato Kehl proposto nesta obra, procurando compreender o sentido de seu ideário eugênico e o contexto em que este livro foi publicado. Abstract: The objective of this article is to analyze the work of the physician and eugenist Renato Kehl (1889-1974), an intellectual who became known as the main disseminator of eugenic ideas in Brazil, even being considered "the father of eugenics" among Brazilians, according to Indicated the writer Monteiro Lobato (Souza, 2006). The main focus of the article is to analyze one of the author's most important works: "Lessons of Eugenia", published in 1929. This work is a result of Renato Kehl's changes towards an even more radical eugenics, informed by European racism and determinism biological. In this sense, the objective is to present the project of Renato Kehl proposed in this work, trying to understand the meaning of his eugenic ideology and the context in which this book was published.

Resumo: Neste artigo, discuto a narrativa "apocalíptica" adotada pela revista Globo Rural, de 1985, data de sua fundação, a 1987, dando ênfase a sua edição de número 16, de janeiro de 1987, quando o periódico buscou chamar a atenção para o desmatamento do bioma Pantanal do Brasil. Para pesquisadores do campo da ecocrítica, o apocalipse é uma das mais poderosas metáforas utilizadas pela imaginação ambiental contemporânea (GARRARD, 2006). E essa edição da revista apresenta uma de suas principais reportagens relacionadas à preservação ambiental. "O Grito do Pantanal", título dado à reportagem, repercutiu nacionalmente, chamando a atenção de institutos ambientalistas e do governo brasileiro. A costumeira abordagem do idílico ambiente rural é destroçada por algum agente de mudança, cujo mistério é enfatizado pelo uso da terminologia natural e sobrenatural da narrativa aterrorizante de destruição da fauna e da flora do Pantanal. Através da história ambiental e da ecocrítica, busco compreender, então, como é projetada essa narrativa que visa construir a natureza e suas transformações, através da utilização de metáforas de linguagens apocalípticas. Palavras-chave: Revista Globo Rural; Pantanal Brasileiro; História ambiental. Abstract: In this article, I discuss the "apocalyptic" narrative adopted by Globo Rural magazine, from 1985, when it was founded, until 1987, emphasizing its issue number 16, from January 1987, where the paper sought to draw attention to deforestation of the biome Pantanal of Brazil. For researchers in the field of ecocritics, the apocalypse is one of the most powerful metaphors used by contemporary environmental imagination (GARRARD, 2006). And this issue of the magazine features one of its main articles related to environmental preservation. "The Alert of the Pantanal", title given to the report, echoed nationally, drawing the attention of environmental institutes and the Brazilian Government. The customary approach to the idyllic rural environment is shattered by some change agent whose mystery is emphasized by the use of the natural and supernatural terminology of the terrifying narrative of Pantanal fauna and flora. Through environmental history and ecocriticism, I seek to understand, then, how this narrative designed to construct nature and its transformations through the use of apocalyptic language metaphors is designed.

O presente artigo é uma reflexão sobre a
utilização da Ecocrítica na análise de fontes
impressas sobre preservação ambiental nas
aulas de história. O objetivo é refletir sobre o
Ensino de História como uma ferramenta para a
conscientização sobre a defesa do meio
ambiente, desenvolvendo nos estudantes a
capacidade de compreender e analisar as ideias
ecológicas presentes em seu cotidiano a partir
das reflexões da ecocrítica. Além disso,
abordamos a utilização de fontes impressas
(jornais, revistas), como instrumentos de
construção do conhecimento histórico e da
consciência ambiental. A partir da revista Globo
Rural apontamos uma análise crítica de seu
conteúdo, destacando pressupostos da história
ambiental e da ecocrítica.

O objetivo desse artigo e analisar a politica eugenica com seus desdobramentos no Brasil, a partir dos trabalhos de um de seus fieis propagadores, o brasileiro Renato Ferraz Kehl, que concentrou grande parte de sua vida para a implantacao da eugenia no pais. A principal fonte utilizada foi a obra “Licoes de Eugenia”, publicada por Renato Kehl em 1929.  Essa obra e resultado de mudancas do autor em direcao a uma eugenia ainda mais radical, informada pelo racismo europeu e pelo determinismo biologico. Por isso, pretende-se analisar o projeto eugenico de Renato Kehl proposto nessa obra, procurando compreender o sentido de seu ideario eugenico e o contexto em que esta foi publicada.

Resumo: O objetivo deste artigo é investigar o processo de dispersão e adaptação de peixes africanos no Brasil nos anos 1950-1990, especialmente das espécies de tilápias (niloticus, rendalli), a partir da análise do discurso da revista brasileira Globo Rural e de documentos técnico-agrícolas. Na história recente, a partir de processos de modernização e globalização da agricultura, o enxerto de espécies exóticas tem contribuído para um contexto de Grande Aceleração (McNeill, Engelke, 2014) da transformação dos ambientes, em especial em regiões tropicais como no caso do Brasil, onde os impactos na agro-biodiversidade são também expressivos. As tilápias têm uma história de mais de quatro mil anos onde foram introduzidas em muitas regiões do mundo, mas, foi durante a segunda metade do século XX que sua dispersão se acentuou, pois, passou a compor a cadeia da aquicultura relacionada ao agronegócio e, no Brasil chegou a ser considerada uma "joia e uma praga" segundo a imprensa nacional. Percebe-se que ao orientar e propagar entre os agricultores, uma pretensa necessidade de criação de tilápias em espaço confinado e controlado, como "um rebanho nas águas", a revista Globo Rural não apenas documentou a dispersão das tilápias no país, mas, atuou como "condutora de condutas" (FOUCAULT, 2014).

O objetivo deste artigo é investigar o processo de dispersão e adaptação de peixes africanos no Brasil nos anos 1950-1990, especialmente das espécies de tilápias (niloticus, rendalli), a partir da análise do discurso da revista brasileira Globo Rural e de documentos técnico-agrícolas. Na história recente, a partir de processos de modernização e globalização da agricultura, o enxerto de espécies exóticas tem contribuído para um contexto de Grande Aceleração (McNeill, Engelke, 2014) da transformação dos ambientes, em especial em regiões tropicais como no caso do Brasil, onde os impactos na agro-biodiversidade são também expressivos. As tilápias têm uma história de mais de quatro mil anos onde foram introduzidas em muitas regiões do mundo, mas, foi durante a segunda metade do século XX que sua dispersão se acentuou, pois, passou a compor a cadeia da aquicultura relacionada ao agronegócio e, no Brasil chegou a ser considerada uma “joia e uma praga” segundo a imprensa nacional. Percebe-s...