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Luana Barossi

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (Federal University of Santa Catarina), Departamento de Língua e Literatura Vernáculas, Faculty Member

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Casa, Fantasma, Lápide, Corte, Corpo Retornado, Sangue, Colcha: O Insólito e O Real Na Tessitura Da Personagem “Amada”, De Toni Morrison

Abusões, Apr 25, 2024

(Po)éticas da escrevivência

Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2017

resumo O presente ensaio tem como foco a discussão sobre alguns loci de enunciação mantidos pela ... more resumo O presente ensaio tem como foco a discussão sobre alguns loci de enunciação mantidos pela crítica literária em uma posição subalterna ao serem proscritos do campo literário. A perspectiva teórica enfoca as noções de direito à literatura, de Antonio Candido, a (im)possibilidade de enunciação do subalterno, de Gayatri Spivak, o direito de narrar, de Homi Bhabha e o conceito de escrevivência, de Conceição Evaristo.

Sangue, fezes, vísceras, vômitos e cadáveres: a escatologia como motivo condutor em Ualalapi, de Ungulani Ba Ka Khosa

Revista Landa, 2023

O presente artigo tem por intuito investigar o leitmotiv da escatologia presente na obra Ualalapi... more O presente artigo tem por intuito investigar o leitmotiv da escatologia presente na obra Ualalapi, do autor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa. Nossa hipótese é de que os dois sentidos de escatologia percorrem a obra como motivos condutores, funcionando como uma costura entre os elementos fragmentados. O primeiro sentido, relacionado àquilo que vem de dentro do corpo, perpassa a narrativa em imagens vívidas e insólitas; enquanto o segundo, de discurso do fim dos tempos, delineia o próprio enredo: o fim do Império de Gaza.

Unspoken hints e memória como montagem em novelas gráficas: O caso d'A travessia

Literartes, 2018

O cineasta Sergei Eisenstein desenvolve os conceitos de montagem e de unspoken hints em sua colet... more O cineasta Sergei Eisenstein desenvolve os conceitos de montagem e de unspoken hints em sua coletânea de textos “Laocöon”, conceitos esses que vão além do campo cinematográfico. A teoria de Eisenstein potencializa a leitura de obras literárias, em seu sentido amplo, mas parece particularmente significativa quando tratamos de obras com suporte ou recurso gráfico para a composição diegética, como as histórias em quadrinhos e, especialmente, as novelas gráficas. O presente artigo dispõe dessa teoria para uma proposta de leitura de novelas gráficas, tratando, mais especificamente, da obra “A Travessia”, de Camila Torrano.

“Seu corpo não lhe pertence”: ciência ficção, corpo e medicina

Via Atlântica, 2016

Este artigo propõe a leitura de alguns aspectos das obras A ilha do Doutor Moreau, de H. G. Wells... more

A Ciência Ficção Que Nos Olha e a Dialética Entre Cognição e Estranhamento

Abusões

No doutorado pesquisou aspectos ciência-ficcionais em narrativas contemporâneas de língua portugu... more No doutorado pesquisou aspectos ciência-ficcionais em narrativas contemporâneas de língua portuguesa não classificadas como ficção científica, a partir da teoria de Seo-Young Chu, e com apoio da filosofia dos afetos de Spinoza, Deleuze e Guattari e da teoria materialista do devir de Rosi Braidotti. Seus interesses de pesquisa incluem literatura fantástica, ciência ficção e teorias pós-coloniais.

Duração, Estranhamento e Heterocronia Em "A Escuridão", De André Carneiro

A proposta do presente artigo e analisar o conto “A escuridao”, do autor brasileiro Andre Carneir... more A proposta do presente artigo e analisar o conto “A escuridao”, do autor brasileiro Andre Carneiro. A perspectiva de analise tem foco nos conceitos de estranhamento, duracao e heterocronia, pertinentes na leitura do conto em questao, que apresenta uma situacao espaco-temporal de excecao. O procedimento de estranhamento ou singularizacao, como proposto pelo formalista russo Viktor Chklovski, e utilizado na narrativa por meio da escuridao paulatina que se estabelece no espaco, de forma que a nocao de tempo cronologico se desmantele nesse contexto diegetico, permitindo que outras instâncias temporais permeiem a percepcao do protagonista.

O insólito como estratégia discursiva em “Oso Blanco”, de Mayra Santos-Febres

Letrônica, Apr 8, 2020

Artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

A Zoo(Po)ética de Agualusa

Ilha do Desterro A Journal of English Language, Literatures in English and Cultural Studies

http://dx.doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n2p83As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do... more http://dx.doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n2p83As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do Esquecimento, de José Eduardo Agualusa, apresentam personagens animais e relações entre humanos e animais não-humanos que contrariam as teorias filosóficas e interpretativas tradicionais, possibilitando leituras que rompem com as noções preestabelecidas pelas teorias de matriz estruturalista e cartesiana. Como sugeriu Donna Haraway, o ciborgue aparece como mito precisamente onde a fronteira entre o humano e o animal é transgredida, como se passa nas zonas de indiscernibilidade das personagens de Agualusa, que estabelecem uma (po)ética animal e, portanto, ciborgue. Este artigo tem como intuito trazer à discussão algumas dessas ocorrências animais – ou animots – nas duas obras em questão.

Devires Inauditos: linhas de fuga em narrativas de língua portuguesa

Uma ceifada de morte, inúmeros impulsos de vida, duas pitadas de desconstrução, alguns espasmos d... more Uma ceifada de morte, inúmeros impulsos de vida, duas pitadas de desconstrução, alguns espasmos de delírio, incontáveis rajadas de experimentação, deixar brotar o desejo, adicionar essência de metamorfose a gosto, compor a mistura com afetos ativos e ver como reagem. Evaporar a interpretação em fogo baixo por quatro anos e compor a mistura com: Uma infância inteira construída sobre linhas de fuga e experimentação, graças a Clara e Tono. Agenciamentos e afetos com Mari, Eva e Pedro, companheiros de infância. Orientação, amizade e incentivo do professor Emerson da Cruz Inácio, quando nem eu mesma acreditava ser possível. Conversas esclarecedoras e afetuosas com o professor Mario Lugarinho. Explosão dos meus programas de verdade e incentivo ao caminho do lado de fora dos agenciamentos de poder, pelo professor Lynn Mario. A delicadeza mesmo nas horas brutas, inúmeros instantes imensos e apoio incondicional de Bruna Mussolin. Paciência, carinho e outros mundos que se abrem por Matias, uma criança grande. Voo da águia no céu azul e mãos como raios entre as nuvens guiados pelo Sensei Yasuyuki Sasaki. Amizade, conversas, inúmeras sugestões e dicas de Bruna Queiroga, que também contribuiu para que eu enxergasse poética no texto acadêmico. Incentivo e exemplo da senpai Juliana Fujimoto. Instantes imensos e alegres (além de indispensáveis!) na

A ZOO(PO)ÉTICA DE AGUALUSA

Revista Ilha do Desterro, 2016

As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do Esquecimento, de José Eduardo Agualusa, apresen... more As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do Esquecimento, de José Eduardo Agualusa, apresentam personagens animais e relações entre humanos e animais não-humanos que contrariam as teorias ilosóicas e interpretativas tradicionais, possibilitando leituras que rompem com noções preestabelecidas pelas teorias de matriz estruturalista e cartesiana. Como sugeriu Donna Haraway, o ciborgue aparece como mito precisamente onde a fronteira entre o humano e o animal é transgredida, como se passa nas zonas de indiscernibilidade das personagens de Agualusa, que estabelecem uma (po)ética animal e, portanto, ciborgue. Este artigo tem como intuito trazer à discussão algumas dessas ocorrências animais -ou animots -nas duas obras em questão. Palavras-chave: José Eduardo Agualusa; animot; devir-animal, pós-humano

Unspoken hints e memória como montagem em novelas gráficas: O caso d'A travessia

Revista Literartes, 2018

O cineasta Sergei Eisenstein desenvolve os conceitos de montagem e de unspoken hintsem sua cole... more O cineasta Sergei Eisenstein desenvolve os conceitos de montagem e de unspoken hintsem sua coletânea de textos “Laocöon”, conceitos esses que vão além do campo cinematográfico. A teoria de Eisenstein potencializa a leitura de obras literárias, em seu sentido amplo, mas parece particularmente significativa quando tratamos de obras com suporte ou recurso gráfico para a composição diegética, como as histórias em quadrinhos e, especialmente, as novelas gráficas. O presente artigo dispõe dessa teoria para uma proposta de leitura de novelas gráficas, tratando, mais especificamente, da obra A Travessia, de Camila Torrano.

A CIÊNCIA FICÇÃO QUE NOS OLHA E A DIALÉTICA ENTRE COGNIÇÃO E ESTRANHAMENTO

Revista Abusões, 2017

Este artigo tem como foco discutir as teorias da ciência ficção, em especial as que propõem como ... more Este artigo tem como foco discutir as teorias da ciência ficção, em especial as que propõem como traço marcante desse tipo de narrativa a dialética entre cognição e estranhamento. Além disso, discute-se sobre a escolha do termo ciência ficção, no lugar de ficção científica, bem como os possíveis efeitos estéticos desse tipo de narrativa no processo de leitura, efeitos responsáveis por esse “olhar” da obra para o leitor.

(Po)éticas da escrevivência

Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2017

O que eu tenho pontuado é isso: é o direito da escrita e da leitura que o povo pede, que o povo d... more O que eu tenho pontuado é isso: é o direito da escrita e da leitura que o povo pede, que o povo demanda. É um direito de qualquer um, escrevendo ou não segundo as normas cultas da língua. É um direito que as pessoas também querem exercer. Conceição Evaristo Eu disse: o meu sonho é escrever! Responde o branco: ela é louca. O que as negras devem fazer... É ir pro tanque lavar roupa.

“Seu corpo não lhe pertence”: ciência ficção, corpo e medicina

Revista Via Atlântica, 2016

Resumo: O saber-poder da medicina, que tem como possibilidade imanente propiciar o aumento da pot... more Resumo: O saber-poder da medicina, que tem como possibilidade imanente propiciar o aumento da potência de ação dos corpos, acaba, por vezes, por promover a cassação dela e a territorialização dos corpos em limitados espaços de ação. Com base nas duas obras literárias que instigam essa discussão – A ilha do doutor Moreau (1886), publicada em um momento em que a medicina ainda não usufruía do poder institucional que tem hoje, e Never let me go (2005), que aborda a hierarquização de algumas vidas em detrimento de outras pela ciência médica contemporânea –, o presente artigo tem como proposta a análise dos processos de territorialização dos corpos outros pelo discurso da medicina nas narrativas.

Duração, estranhamento e heterocronia em "A Escuridão" de André Carneiro

A proposta do presente artigo é analisar o conto "A escuridão", do autor brasileiro André Carneir... more A proposta do presente artigo é analisar o conto "A escuridão", do autor brasileiro André Carneiro. A perspectiva de análise tem foco nos conceitos de estranhamento, duração e heterocronia, pertinentes na leitura do conto em questão, que apresenta uma situação espaço-temporal de exceção. O procedimento de estranhamento ou singularização, como proposto pelo formalista russo Viktor Chklovski, é utilizado na narrativa por meio da escuridão paulatina que se estabelece no espaço, de forma que a noção de tempo cronológico se desmantele nesse contexto diegético, permitindo que outras instâncias temporais permeiem a percepção do protagonista.

Nº 51 by Luana Barossi

(Po)éticas da escrevivência

by Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea and Luana Barossi

O que eu tenho pontuado é isso: é o direito da escrita e da leitura que o povo pede, que o povo d... more O que eu tenho pontuado é isso: é o direito da escrita e da leitura que o povo pede, que o povo demanda. É um direito de qualquer um, escrevendo ou não segundo as normas cultas da língua. É um direito que as pessoas também querem exercer. Conceição Evaristo Eu disse: o meu sonho é escrever! Responde o branco: ela é louca. O que as negras devem fazer... É ir pro tanque lavar roupa.

Casa, Fantasma, Lápide, Corte, Corpo Retornado, Sangue, Colcha: O Insólito e O Real Na Tessitura Da Personagem “Amada”, De Toni Morrison

Abusões, Apr 25, 2024

(Po)éticas da escrevivência

Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2017

resumo O presente ensaio tem como foco a discussão sobre alguns loci de enunciação mantidos pela ... more resumo O presente ensaio tem como foco a discussão sobre alguns loci de enunciação mantidos pela crítica literária em uma posição subalterna ao serem proscritos do campo literário. A perspectiva teórica enfoca as noções de direito à literatura, de Antonio Candido, a (im)possibilidade de enunciação do subalterno, de Gayatri Spivak, o direito de narrar, de Homi Bhabha e o conceito de escrevivência, de Conceição Evaristo.

Sangue, fezes, vísceras, vômitos e cadáveres: a escatologia como motivo condutor em Ualalapi, de Ungulani Ba Ka Khosa

Revista Landa, 2023

O presente artigo tem por intuito investigar o leitmotiv da escatologia presente na obra Ualalapi... more O presente artigo tem por intuito investigar o leitmotiv da escatologia presente na obra Ualalapi, do autor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa. Nossa hipótese é de que os dois sentidos de escatologia percorrem a obra como motivos condutores, funcionando como uma costura entre os elementos fragmentados. O primeiro sentido, relacionado àquilo que vem de dentro do corpo, perpassa a narrativa em imagens vívidas e insólitas; enquanto o segundo, de discurso do fim dos tempos, delineia o próprio enredo: o fim do Império de Gaza.

Unspoken hints e memória como montagem em novelas gráficas: O caso d'A travessia

Literartes, 2018

O cineasta Sergei Eisenstein desenvolve os conceitos de montagem e de unspoken hints em sua colet... more O cineasta Sergei Eisenstein desenvolve os conceitos de montagem e de unspoken hints em sua coletânea de textos “Laocöon”, conceitos esses que vão além do campo cinematográfico. A teoria de Eisenstein potencializa a leitura de obras literárias, em seu sentido amplo, mas parece particularmente significativa quando tratamos de obras com suporte ou recurso gráfico para a composição diegética, como as histórias em quadrinhos e, especialmente, as novelas gráficas. O presente artigo dispõe dessa teoria para uma proposta de leitura de novelas gráficas, tratando, mais especificamente, da obra “A Travessia”, de Camila Torrano.

“Seu corpo não lhe pertence”: ciência ficção, corpo e medicina

Via Atlântica, 2016

Este artigo propõe a leitura de alguns aspectos das obras A ilha do Doutor Moreau, de H. G. Wells... more

A Ciência Ficção Que Nos Olha e a Dialética Entre Cognição e Estranhamento

Abusões

No doutorado pesquisou aspectos ciência-ficcionais em narrativas contemporâneas de língua portugu... more No doutorado pesquisou aspectos ciência-ficcionais em narrativas contemporâneas de língua portuguesa não classificadas como ficção científica, a partir da teoria de Seo-Young Chu, e com apoio da filosofia dos afetos de Spinoza, Deleuze e Guattari e da teoria materialista do devir de Rosi Braidotti. Seus interesses de pesquisa incluem literatura fantástica, ciência ficção e teorias pós-coloniais.

Duração, Estranhamento e Heterocronia Em "A Escuridão", De André Carneiro

A proposta do presente artigo e analisar o conto “A escuridao”, do autor brasileiro Andre Carneir... more A proposta do presente artigo e analisar o conto “A escuridao”, do autor brasileiro Andre Carneiro. A perspectiva de analise tem foco nos conceitos de estranhamento, duracao e heterocronia, pertinentes na leitura do conto em questao, que apresenta uma situacao espaco-temporal de excecao. O procedimento de estranhamento ou singularizacao, como proposto pelo formalista russo Viktor Chklovski, e utilizado na narrativa por meio da escuridao paulatina que se estabelece no espaco, de forma que a nocao de tempo cronologico se desmantele nesse contexto diegetico, permitindo que outras instâncias temporais permeiem a percepcao do protagonista.

O insólito como estratégia discursiva em “Oso Blanco”, de Mayra Santos-Febres

Letrônica, Apr 8, 2020

Artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

A Zoo(Po)ética de Agualusa

Ilha do Desterro A Journal of English Language, Literatures in English and Cultural Studies

http://dx.doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n2p83As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do... more http://dx.doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n2p83As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do Esquecimento, de José Eduardo Agualusa, apresentam personagens animais e relações entre humanos e animais não-humanos que contrariam as teorias filosóficas e interpretativas tradicionais, possibilitando leituras que rompem com as noções preestabelecidas pelas teorias de matriz estruturalista e cartesiana. Como sugeriu Donna Haraway, o ciborgue aparece como mito precisamente onde a fronteira entre o humano e o animal é transgredida, como se passa nas zonas de indiscernibilidade das personagens de Agualusa, que estabelecem uma (po)ética animal e, portanto, ciborgue. Este artigo tem como intuito trazer à discussão algumas dessas ocorrências animais – ou animots – nas duas obras em questão.

Devires Inauditos: linhas de fuga em narrativas de língua portuguesa

Uma ceifada de morte, inúmeros impulsos de vida, duas pitadas de desconstrução, alguns espasmos d... more Uma ceifada de morte, inúmeros impulsos de vida, duas pitadas de desconstrução, alguns espasmos de delírio, incontáveis rajadas de experimentação, deixar brotar o desejo, adicionar essência de metamorfose a gosto, compor a mistura com afetos ativos e ver como reagem. Evaporar a interpretação em fogo baixo por quatro anos e compor a mistura com: Uma infância inteira construída sobre linhas de fuga e experimentação, graças a Clara e Tono. Agenciamentos e afetos com Mari, Eva e Pedro, companheiros de infância. Orientação, amizade e incentivo do professor Emerson da Cruz Inácio, quando nem eu mesma acreditava ser possível. Conversas esclarecedoras e afetuosas com o professor Mario Lugarinho. Explosão dos meus programas de verdade e incentivo ao caminho do lado de fora dos agenciamentos de poder, pelo professor Lynn Mario. A delicadeza mesmo nas horas brutas, inúmeros instantes imensos e apoio incondicional de Bruna Mussolin. Paciência, carinho e outros mundos que se abrem por Matias, uma criança grande. Voo da águia no céu azul e mãos como raios entre as nuvens guiados pelo Sensei Yasuyuki Sasaki. Amizade, conversas, inúmeras sugestões e dicas de Bruna Queiroga, que também contribuiu para que eu enxergasse poética no texto acadêmico. Incentivo e exemplo da senpai Juliana Fujimoto. Instantes imensos e alegres (além de indispensáveis!) na

A ZOO(PO)ÉTICA DE AGUALUSA

Revista Ilha do Desterro, 2016

As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do Esquecimento, de José Eduardo Agualusa, apresen... more As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do Esquecimento, de José Eduardo Agualusa, apresentam personagens animais e relações entre humanos e animais não-humanos que contrariam as teorias ilosóicas e interpretativas tradicionais, possibilitando leituras que rompem com noções preestabelecidas pelas teorias de matriz estruturalista e cartesiana. Como sugeriu Donna Haraway, o ciborgue aparece como mito precisamente onde a fronteira entre o humano e o animal é transgredida, como se passa nas zonas de indiscernibilidade das personagens de Agualusa, que estabelecem uma (po)ética animal e, portanto, ciborgue. Este artigo tem como intuito trazer à discussão algumas dessas ocorrências animais -ou animots -nas duas obras em questão. Palavras-chave: José Eduardo Agualusa; animot; devir-animal, pós-humano

Unspoken hints e memória como montagem em novelas gráficas: O caso d'A travessia

Revista Literartes, 2018

O cineasta Sergei Eisenstein desenvolve os conceitos de montagem e de unspoken hintsem sua cole... more O cineasta Sergei Eisenstein desenvolve os conceitos de montagem e de unspoken hintsem sua coletânea de textos “Laocöon”, conceitos esses que vão além do campo cinematográfico. A teoria de Eisenstein potencializa a leitura de obras literárias, em seu sentido amplo, mas parece particularmente significativa quando tratamos de obras com suporte ou recurso gráfico para a composição diegética, como as histórias em quadrinhos e, especialmente, as novelas gráficas. O presente artigo dispõe dessa teoria para uma proposta de leitura de novelas gráficas, tratando, mais especificamente, da obra A Travessia, de Camila Torrano.

A CIÊNCIA FICÇÃO QUE NOS OLHA E A DIALÉTICA ENTRE COGNIÇÃO E ESTRANHAMENTO

Revista Abusões, 2017

Este artigo tem como foco discutir as teorias da ciência ficção, em especial as que propõem como ... more Este artigo tem como foco discutir as teorias da ciência ficção, em especial as que propõem como traço marcante desse tipo de narrativa a dialética entre cognição e estranhamento. Além disso, discute-se sobre a escolha do termo ciência ficção, no lugar de ficção científica, bem como os possíveis efeitos estéticos desse tipo de narrativa no processo de leitura, efeitos responsáveis por esse “olhar” da obra para o leitor.

(Po)éticas da escrevivência

Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2017

O que eu tenho pontuado é isso: é o direito da escrita e da leitura que o povo pede, que o povo d... more O que eu tenho pontuado é isso: é o direito da escrita e da leitura que o povo pede, que o povo demanda. É um direito de qualquer um, escrevendo ou não segundo as normas cultas da língua. É um direito que as pessoas também querem exercer. Conceição Evaristo Eu disse: o meu sonho é escrever! Responde o branco: ela é louca. O que as negras devem fazer... É ir pro tanque lavar roupa.

“Seu corpo não lhe pertence”: ciência ficção, corpo e medicina

Revista Via Atlântica, 2016

Resumo: O saber-poder da medicina, que tem como possibilidade imanente propiciar o aumento da pot... more Resumo: O saber-poder da medicina, que tem como possibilidade imanente propiciar o aumento da potência de ação dos corpos, acaba, por vezes, por promover a cassação dela e a territorialização dos corpos em limitados espaços de ação. Com base nas duas obras literárias que instigam essa discussão – A ilha do doutor Moreau (1886), publicada em um momento em que a medicina ainda não usufruía do poder institucional que tem hoje, e Never let me go (2005), que aborda a hierarquização de algumas vidas em detrimento de outras pela ciência médica contemporânea –, o presente artigo tem como proposta a análise dos processos de territorialização dos corpos outros pelo discurso da medicina nas narrativas.

Duração, estranhamento e heterocronia em "A Escuridão" de André Carneiro

A proposta do presente artigo é analisar o conto "A escuridão", do autor brasileiro André Carneir... more A proposta do presente artigo é analisar o conto "A escuridão", do autor brasileiro André Carneiro. A perspectiva de análise tem foco nos conceitos de estranhamento, duração e heterocronia, pertinentes na leitura do conto em questão, que apresenta uma situação espaço-temporal de exceção. O procedimento de estranhamento ou singularização, como proposto pelo formalista russo Viktor Chklovski, é utilizado na narrativa por meio da escuridão paulatina que se estabelece no espaço, de forma que a noção de tempo cronológico se desmantele nesse contexto diegético, permitindo que outras instâncias temporais permeiem a percepção do protagonista.

(Po)éticas da escrevivência

by Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea and Luana Barossi

O que eu tenho pontuado é isso: é o direito da escrita e da leitura que o povo pede, que o povo d... more O que eu tenho pontuado é isso: é o direito da escrita e da leitura que o povo pede, que o povo demanda. É um direito de qualquer um, escrevendo ou não segundo as normas cultas da língua. É um direito que as pessoas também querem exercer. Conceição Evaristo Eu disse: o meu sonho é escrever! Responde o branco: ela é louca. O que as negras devem fazer... É ir pro tanque lavar roupa.