Papers by ruben caixeta de queiroz
HAU: Journal of Ethnographic Theory, 2017
Giz: Gesture, Image and Sound, 2018
Our aim in this work is to explore ways of making cinema and ritual among the Tikmu'un-also known... more Our aim in this work is to explore ways of making cinema and ritual among the Tikmu'un-also known as the Maxakali. We argue that the 'way' of filming and making cinema of this indigenous people cannot be understood without comprehending the logic and strategy employed to perform the rituals that, generally speaking, guide the making of the films. At the same time, by recording these rituals, the rituals and the culture of a people are simultaneously recuperated and multiplied. We also suggest that in order to gain a clearer insight into this cinema, it needs to be understood alongside the concepts that inform Maxakali cosmology, without forgetting that the history narrated for the films (and beyond them) is a history of the Maxakali viewpoint concerning pacification and the harmonious coexistence sought with both the 'spirits' and the white world. It amounts to a cosmocinepolitics or, put otherwise, a type of film-ritual.
Gis: Gesto, Imagem e Som, 2018
Neste trabalho refletimos acerca dos Tikmu'un (também
chamado de Maxakali) e suas maneiras de faz... more Neste trabalho refletimos acerca dos Tikmu'un (também
chamado de Maxakali) e suas maneiras de fazer
cinema e ritual. Defendemos a ideia de que não se
pode compreender a maneira de filmar e fazer cinema
maxakali se não compreendemos a lógica e a estratégia
em ação para fazer os rituais que, em geral,
guiam a produção dos filmes. Por outro lado, ao fazer
registros sobre esses rituais, estes multiplicam-se ao
mesmo tempo que recuperam-se, em conjunto com a
cultura de um povo. Mais do que isso, sugerimos que
para melhor compreender esse cinema é necessário
colocá-lo lado a lado aos conceitos que informam a
cosmologia maxakali, sem esquecer que a história é
narrada (para os filmes e além deles) do ponto de vista
dos Maxakali sobre a pacificação ou a boa convivência
que buscam com os “espíritos” e com o mundo
dos brancos. Trata-se de uma cosmocinepolítica, ou,
dito de outra forma, de um tipo de filme-ritual.
In this paper I explore the connections between the anthropology of Marcel Mauss and the anthropo... more In this paper I explore the connections between the anthropology of Marcel Mauss and the anthropological cinema of Jean Rouch. In the process, I identify elements in the work of the filmmaker and anthropologist that amount to a critique of any simplistic opposition between prose and poetry, science and art, rational and irrational, material and immaterial, the thought world and the lived world, ethnographic description and creative interpretation, sound and word, ethnographic film and documentary, anthropology and cinema. ruben caixeta de queiroz vibrant v.9 n.2 The connections between the thought of Marcel Mauss and that of Jean Rouch are not easily discernible and indeed often appear ambiguous and multifaceted. Trained under the direct influence of Marcel Mauss were authors as diverse and sometimes antagonistic as Leiris. In the mid twentieth century, these and other intellectuals working from the Musée de l'Homme in Paris discussed and produced some of the most interesting and heterodox questions of the period in relation to the fields of anthropology, ethnography, surrealism and ethnographic film. At the Musée de l'Homme, Jean Rouch attended the anthropology seminars run by Marcel Mauss and the ethnography seminars of Marcel Griaule. The latter was the person who persuaded Rouch to travel down the Niger river in Africa, armed with a 16mm camera to capture and record the everyday life and thought systems of the populations inhabiting the region. 3 While Marcel Griaule could be said to have taught Jean Rouch the rigours of ethnographic description, Michel Leiris passed on the value of lived experience. A multifaceted figure, Jean Rouch, precisely because he had absorbed these polyphonic voices into his own thought and filmmaking, knew how to combine apparently opposing elements over the course of his life's work or even simultaneously in the same film: reason and irrationalism, the intelligible and sensible, thought and matter, ethnographic description and the art of cinematographic narrative. Later in the article,
TEORIA & Sociedade, 2016
By presenting an ethnographic case study on the Guianas we intend to demonstrate that the “networ... more By presenting an ethnographic case study on the Guianas we intend to demonstrate that the “network of relationships” in the region encompasses various interlinked groups (through rituals, exchanges, wars and festivals). Nevertheless these relationships are often interrupted, oscillating between periods of concentrated agricultural settlement or dispersing into hunter-gathering groups without ever stabilizing in either of these poles, both historically and in the present. From this perspective, we turn to Eduardo Góes Neves’s debate on the absence of the Neolithic in the south of the equator.
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Na apresentação de um caso etnográfico das Guianas, pretendemos demonstrar que a "rede de relações" na região é uma malha de grupos que se interligam (por meio de rituais, trocas, guerras, festas) e se desconectam, numa espécie de pêndulo entre concentração e dispersão, entre agricultura e caça-coleta, fato que não permite estabilizações somente numa das pontas desses termos ao longo da história ou até mesmo do momento atual. Nessa perspectiva, retomamos o debate posto por Eduardo Góes Neves segundo o qual não teria havido Neolítico ao sul do equador.
Etnologia Indígena; Documentário; Povos Isolados
French film maker Jean Rouch’s cinematographic and ethnographic work, seen through the optics of ... more French film maker Jean Rouch’s cinematographic and ethnographic work, seen through the optics of three of his films (Les maîtres fous, Chronique d’un été e Horendi), his uncountable interviews and some of his commentators. This analysis reveals an exciting, surrealist (although refractory to an only one classification) cinema: he invents an art starting in the real world and takes from reality the imagination of a world. We are looking forward to showing Jean Rouch’s influence on the fiction cinema, above all the nouvelle vague, and on the development of the documentary and ethnographic film starting on its founder masters: Robert Flaherty and Dziga Vertov.
This article discusses the possibilities
of establishing a working collaboration
between Ethnolog... more This article discusses the possibilities
of establishing a working collaboration
between Ethnology and Archaeology,
based on an analysis of the processes of
formation, concentration and dispersion
of the indigenous groups that form the
cultural complex known as Tarumã-
Parukoto (which today occupy the border
region between Brazil, Guyana and
Suriname). In this Amazon region and
elsewhere, we can hardly define where
the borders of a social or ethnic group
begins and ends and thus it becomes almost
impossible to match with precision
a particular ethnic group to a particular
territory. In the past and in the present,
the fluid borders of groups, moving
in space and time, prove to be an
even greater challenge for a comparative
perspective between Ethnology and Archaeology.
Uma análise atual sobre o processo de genocídio dos índios Guarani-Kaiowá, no Matro Grosso do Sul... more Uma análise atual sobre o processo de genocídio dos índios Guarani-Kaiowá, no Matro Grosso do Sul (Brasil), a partir de depoimentos de lideranças indígenas como Tonico Benites e David Kopenawa Yanomami.
Cuadernos Inter.c.a.mbio sobre Centroamérica y el Caribe, 2013
Video nas Aldeias (VNA) tiene como finalidad incentivar a los indigenas a realizar y observar sus... more Video nas Aldeias (VNA) tiene como finalidad incentivar a los indigenas a realizar y observar sus propias imagenes, ademas de buscar la conformacion de una red de intercambio de experiencias entre los diversos grupos indigenas. Este articulo identifica distintas fases del proyecto y discute las implicaciones politicas, esteticas y eticas de cada una a partir del analisis de algunas peliculas. En un primer momento, Video nas Aldeias se inserta en un movimiento de cine militante y con la preocupacion de producir algo atractivo para el publico. En un segundo momento, esa preocupacion fue, en parte, abandonada. Los videos pasaron a ser realizados por los propios indigenas, y sus obras portadoras de un pensamiento indigena. El proyecto permite el abandono de un punto de vista unico, central y dominante, pues permite a los que antes estaban frente a las camaras, tomarlas en sus manos y mostrar que el mundo es otro.
Book Chapters by ruben caixeta de queiroz
Ensaio no qual descrevo etnograficamente o processo de conversão de um grande xamã do povo Waiwai... more Ensaio no qual descrevo etnograficamente o processo de conversão de um grande xamã do povo Waiwai (localizado no norte do Pará, Brasil, e sul da Guiana), chamado Ewká, que foi alvo de um processo de conversão evangélica. Neste processo, analiso as causas e os efeitos práticos e simbólicos da transformação indígena.
Maneiras de descrever através da observação fílmica uma prática ritual de um povo indígena do nor... more Maneiras de descrever através da observação fílmica uma prática ritual de um povo indígena do norte da Amazônia.
História e Mitologia dos índios Waiwai e Katxuyana, habitantes do norte da Amazônia, região das G... more História e Mitologia dos índios Waiwai e Katxuyana, habitantes do norte da Amazônia, região das Guianas. Estudo sobre os processos de fusão e dispersão dos povos indígenas.
Nota etnográfica sobre os povos indígenas em isolamento voluntário nas bacias dos rios Trombetas ... more Nota etnográfica sobre os povos indígenas em isolamento voluntário nas bacias dos rios Trombetas e Jatapu, na região da Calha Norte, na fronteira entre os estados do Pará, Amazonas e Roraima (Brasil).
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Papers by ruben caixeta de queiroz
chamado de Maxakali) e suas maneiras de fazer
cinema e ritual. Defendemos a ideia de que não se
pode compreender a maneira de filmar e fazer cinema
maxakali se não compreendemos a lógica e a estratégia
em ação para fazer os rituais que, em geral,
guiam a produção dos filmes. Por outro lado, ao fazer
registros sobre esses rituais, estes multiplicam-se ao
mesmo tempo que recuperam-se, em conjunto com a
cultura de um povo. Mais do que isso, sugerimos que
para melhor compreender esse cinema é necessário
colocá-lo lado a lado aos conceitos que informam a
cosmologia maxakali, sem esquecer que a história é
narrada (para os filmes e além deles) do ponto de vista
dos Maxakali sobre a pacificação ou a boa convivência
que buscam com os “espíritos” e com o mundo
dos brancos. Trata-se de uma cosmocinepolítica, ou,
dito de outra forma, de um tipo de filme-ritual.
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Na apresentação de um caso etnográfico das Guianas, pretendemos demonstrar que a "rede de relações" na região é uma malha de grupos que se interligam (por meio de rituais, trocas, guerras, festas) e se desconectam, numa espécie de pêndulo entre concentração e dispersão, entre agricultura e caça-coleta, fato que não permite estabilizações somente numa das pontas desses termos ao longo da história ou até mesmo do momento atual. Nessa perspectiva, retomamos o debate posto por Eduardo Góes Neves segundo o qual não teria havido Neolítico ao sul do equador.
of establishing a working collaboration
between Ethnology and Archaeology,
based on an analysis of the processes of
formation, concentration and dispersion
of the indigenous groups that form the
cultural complex known as Tarumã-
Parukoto (which today occupy the border
region between Brazil, Guyana and
Suriname). In this Amazon region and
elsewhere, we can hardly define where
the borders of a social or ethnic group
begins and ends and thus it becomes almost
impossible to match with precision
a particular ethnic group to a particular
territory. In the past and in the present,
the fluid borders of groups, moving
in space and time, prove to be an
even greater challenge for a comparative
perspective between Ethnology and Archaeology.
Book Chapters by ruben caixeta de queiroz
chamado de Maxakali) e suas maneiras de fazer
cinema e ritual. Defendemos a ideia de que não se
pode compreender a maneira de filmar e fazer cinema
maxakali se não compreendemos a lógica e a estratégia
em ação para fazer os rituais que, em geral,
guiam a produção dos filmes. Por outro lado, ao fazer
registros sobre esses rituais, estes multiplicam-se ao
mesmo tempo que recuperam-se, em conjunto com a
cultura de um povo. Mais do que isso, sugerimos que
para melhor compreender esse cinema é necessário
colocá-lo lado a lado aos conceitos que informam a
cosmologia maxakali, sem esquecer que a história é
narrada (para os filmes e além deles) do ponto de vista
dos Maxakali sobre a pacificação ou a boa convivência
que buscam com os “espíritos” e com o mundo
dos brancos. Trata-se de uma cosmocinepolítica, ou,
dito de outra forma, de um tipo de filme-ritual.
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Na apresentação de um caso etnográfico das Guianas, pretendemos demonstrar que a "rede de relações" na região é uma malha de grupos que se interligam (por meio de rituais, trocas, guerras, festas) e se desconectam, numa espécie de pêndulo entre concentração e dispersão, entre agricultura e caça-coleta, fato que não permite estabilizações somente numa das pontas desses termos ao longo da história ou até mesmo do momento atual. Nessa perspectiva, retomamos o debate posto por Eduardo Góes Neves segundo o qual não teria havido Neolítico ao sul do equador.
of establishing a working collaboration
between Ethnology and Archaeology,
based on an analysis of the processes of
formation, concentration and dispersion
of the indigenous groups that form the
cultural complex known as Tarumã-
Parukoto (which today occupy the border
region between Brazil, Guyana and
Suriname). In this Amazon region and
elsewhere, we can hardly define where
the borders of a social or ethnic group
begins and ends and thus it becomes almost
impossible to match with precision
a particular ethnic group to a particular
territory. In the past and in the present,
the fluid borders of groups, moving
in space and time, prove to be an
even greater challenge for a comparative
perspective between Ethnology and Archaeology.